quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Homem que inventou o Brasil

Quase desconhecido dos brasileiros, o português Rodrigo de Souza Coutinho foi um dos principais responsáveis pela vinda da Corte, e seus ideais inspiraram a Independência
Nívia Pombo

A idéia de transferir a sede do governo lusitano para o Brasil circulava livremente pelos corredores do poder português. Mas de todos os que defendiam esta decisão, foi D. Rodrigo de Souza Coutinho quem mais trabalhou para pô-la em prática.
D. Rodrigo nasceu em Chaves, no norte de Portugal, em 1755. Cresceu em Lisboa ouvindo as conversas dos adultos sobre as atitudes polêmicas do seu padrinho, Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal (1699-1782), à frente do governo português entre 1750 e 1777. Entre as medidas pombalinas, além de reformas fiscais e educacionais, figuram a expulsão dos jesuítas do território português, o rompimento com o Papado e uma implacável perseguição à alta nobreza, que foi gradativamente afastada do centro de decisões políticas do reino.
D. Rodrigo foi criado junto aos príncipes D. José (1761-1788) e D. João (1767-1826). A educação cortesã incluía aulas de esgrima, cavalaria e dança. Aos 17 anos, ingressou no curso jurídico da Universidade de Coimbra. Na faculdade, tornou-se amigo do professor José Anastácio da Cunha (1744-1787), que costumava reunir alunos para tomar chá, jogar cartas e fazer leituras proibidas de autores libertinos e filósofos iluministas, como Voltaire, d’Alembert e Hobach. Esta prática rendeu ao professor um processo movido pelo Tribunal da Inquisição — acabou preso por “libertinagem”.
Certamente, não foi por coincidência que pouco depois o pai de D. Rodrigo o afastou de Portugal, conseguindo-lhe uma nomeação como embaixador em Turim. D. Rodrigo tinha então 22 anos, e permaneceria na Itália por duas décadas. De lá acompanhou, em 1776, a independência das treze colônias inglesas na América, que dariam origem aos Estados Unidos, e a Revolução Francesa, em 1789. O colapso da monarquia francesa era, para ele, um exemplo de como o fardo tributário constituía um poderoso fermento para insatisfações populares. O mesmo poderia ocorrer nas colônias. Por isso, dedicou parte do seu tempo a estudar assuntos fazendários, como a exploração das minas e a cobrança dos impostos na América portuguesa.
Os acontecimentos franceses também estavam no centro das preocupações de D. João quando ele assumiu o governo, em 1792. Nos domínios coloniais, rebeliões deixavam clara a influência dos ideais iluministas: entre 1786 e 1794, movimentos deste tipo aconteceram em Goa (na Índia), em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Preocupado com a fragilidade de suas possessões, D. João resolveu renovar o gabinete ministerial que herdara da mãe, a rainha D. Maria I. Para assumir a Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, escolheu, em 1796, D. Rodrigo de Souza Coutinho.
A pasta reunia a administração de todas as colônias – inclusive as províncias da América que, segundo D. Rodrigo, “se denominam com o genérico nome de Brasil”. Dias depois de tomar posse, enviou instruções aos governadores daquele território, solicitando descrições minuciosas: geografia, demografia, exportação e importação, detalhes sobre a cobrança de impostos. O resultado apareceu no ano seguinte, quando apresentou ao príncipe sua Memória sobre o melhoramento dos domínios de Sua Majestade na América.
O projeto era ambicioso. Pretendia tornar a exploração colonial mais rentável, sem com isso onerar demais os colonos. Era preciso diminuir impostos, extinguir monopólios, incentivar a agricultura, nomear bons governadores (bem como punir os maus) e utilizar métodos modernos de exploração mineral. Mas as colônias continuariam fornecedoras de matérias-primas: antecipando um discurso que vigoraria nos séculos seguintes, D. Rodrigo expressa claramente a idéia de que a vocação econômica do Brasil não é a indústria, mas sim a mineração e a agricultura.
Assombrado pela independência das colônias inglesas, o ministro temia o rompimento do “enlace natural” que envolvia Portugal e Brasil – segundo ele, a parte mais importante de toda a monarquia portuguesa. Para evitar a crise, propunha a criação de um novo “sistema político” para a conservação dos domínios portugueses na América. Nesse sistema, reforçava o “feliz nexo” que ligava todos os domínios lusitanos, apelando para um ideal de unidade no qual o “português nascido nas quatro partes do mundo se julgue somente português e não se lembre senão da glória e grandeza da monarquia”. Desta forma, D. Rodrigo rompia com idéias importantes defendidas pelo iluminismo do século XVIII, como a que afirmava serem as colônias prejudiciais ao desenvolvimento econômico das metrópoles européias.
Para concretizar seus planos, procurou a ajuda de uma elite de talentos da Colônia, homens com formação na Universidade de Coimbra interessados em colaborar com a administração portuguesa. Encomendou estudos para especialistas como Antônio Pires da Silva Pontes, autor de um ensaio que sugeria a abolição do quinto real (um direito régio de 20% cobrado sobre o ouro), para tornar a exploração das minas mais eficaz. O mineralogista Manuel Ferreira da Câmara Betencourt, que, junto com José Bonifácio (futuro “Patriarca da Independência”), fez uma excursão pelas minas da Saxônia, da Boêmia e da Hungria, foi nomeado Intendente Geral das Minas em 1800. Seu irmão, José de Sá Betencourt, implicado na Inconfidência Mineira (1789), recebeu instruções para analisar minas de cobre e salitre na Bahia. D. Rodrigo incentivou a publicação de obras como O fazendeiro do Brasil (1798), do frei Mariano Veloso, para o aperfeiçoamento da agricultura, e encarregou Hipólito da Costa (1774-1823) de fazer uma viagem aos Estados Unidos para estudar métodos de cultivo “que fossem aplicáveis ao Brasil”.
O ministro também trabalhou para diminuir as diferenças no tratamento dispensado aos súditos do reino e aos das colônias. Aproximou-se de membros da elite mineira que em 1789 tiveram envolvimento com a Inconfidência Mineira, pois entendia como era tênue a linha que separava ideais de reforma política dos sonhos de revolução. Era a primeira vez que um ministro português acionava os filhos das elites brasileiras para participarem da elaboração de planos políticos comuns ao futuro de Portugal e do Brasil. No entanto, em 1798, a descoberta dos planos de uma sublevação envolvendo alfaiates “pardos” na Bahia quase pôs tudo a perder. D. Rodrigo agiu rápido: enviou ordens ao governador D. Fernando José de Portugal para investigar se os “principais da cidade” estavam envolvidos no levante. A resposta não tardou: “Nem entravam pessoas de consideração... ou que tivessem conhecimento e luzes”. E a punição foi severa: condenações à forca, esquartejamentos, açoitamentos e degredo.
Mas seu projeto carecia de apoio na Corte. Intrigas atingiam assuntos políticos e administrativos, ministros disputavam quem iria aconselhar o príncipe e influenciar o destino do Estado. No terreno diplomático, as diferenças surgiam em torno da decisão de se alinhar com a Inglaterra ou com a França. D. Rodrigo, que tomava partido dos ingleses, angariou muitos inimigos.
Vivia às turras também com a princesa Carlota Joaquina. Segundo o historiador Oliveira Lima, a futura rainha detestava o ministro e se divertia dando-lhe apelidos: “doutor redemoinho”, “doutor embrulhada” ou ainda “doutor trapalhada”. Envolvido nos ardis da Corte, D. Rodrigo pediu demissão em 1803, afastando-se da vida pública por quatro anos.
Em 1807, quando Portugal atravessava um momento especialmente difícil, pressionado por Inglaterra e França, D. Rodrigo retornou ao centro das decisões políticas, convocado por D. João para participar das reuniões do Conselho de Estado que decidiriam os rumos do país. Fiel às suas convicções, defendeu o alinhamento com os ingleses e a partida para o Brasil, certo de que a integridade da monarquia dependia da preservação dos domínios na América. Fez as malas e atravessou o Atlântico, acompanhando a família real. Onze anos após ter escrito a Memória sobre o melhoramento, D. Rodrigo chegava ao Rio de Janeiro para cumprir a última etapa de sua longa carreira política.
No Brasil, seus méritos foram reconhecidos por D. João, que lhe concedeu o título de conde de Linhares e o nomeou ministro da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Seu compromisso de desenvolver economicamente o Brasil o colocou diante de alguns dilemas, entre eles o fim do estatuto colonial, situação que inviabilizava a própria criação do império luso-brasileiro.
Inspirado no liberalismo econômico, especialmente nas leituras do teórico britânico Adam Smith (1723-1790), D. Rodrigo participou ativamente das negociações dos tratados assinados em 1810 com a Inglaterra. Entre as cláusulas mais conhecidas, destacam-se as relacionadas à liberdade religiosa e à proibição da Inquisição nas colônias portuguesas. A polêmica girou em torno do artigo que estipulava que os produtos ingleses pagariam impostos de 15% para entrar no Brasil, enquanto os portugueses teriam que desembolsar 16%. Apesar das críticas, D. Rodrigo insistia que Portugal iria “ganhar mais com o aumento que há de ter o Brasil depois dos liberais princípios que V.A.R. [Vossa Alteza Real] mandou estabelecer...”. O tratado também exigia a abolição gradual do tráfico de escravos. D. Rodrigo chegou a esboçar um plano para trazer colonos chineses para substituir a mão-de-obra cativa.
Por aqui realizou velhos projetos, como a abertura de estradas e redes fluviais para facilitar as transações mercantis. Em Minas Gerais, incentivou a abertura da Fábrica de Ferro do Pilar, com o objetivo de diminuir a dependência dos produtos ingleses. Elaborou planos para a criação de ovelhas destinadas à indústria da lã. Planejou o primeiro Banco do Brasil, fundado em 1812. Reformou as tropas de linha e de milícia, construiu novas fortificações e promoveu estudos de defesa militar.
D. Rodrigo morreu no Rio de Janeiro em 1812, acometido por uma “febre maligna”, aos 56 anos. Comentava-se que fora envenenado por seus inimigos políticos. Verdadeira ou não, a tese comprova a existência de profundos rancores cultivados na corte carioca de D. João.
Com ou sem inimizades, a imagem que fica é a de um homem com um incansável desejo de reformas. A morte precoce não lhe permitiu concretizar o projeto de um império que unisse os destinos de Portugal e Brasil, separados definitivamente dez anos depois. Mas seus ideais foram acalentados pela geração dos que compuseram o cenário político da Independência e enfim criaram um império. Não aquele luso-brasileiro, mas o Império do Brasil.

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1351&pagina=1

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1351&pagina=2


Nívia Pombo é pesquisadora da Revista de História da Biblioteca Nacional e autora da dissertação “Pensamento e ação político-administrativa no Império português: D. Rodrigo de Souza Coutinho (1776-1812)” (UFF, 2002).

Saiba Mais:
LIMA, Oliveira. D. João VI no Brasil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 2006.
MAXWELL, Kenneth. Chocolate, piratas e outros malandros. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1999.
NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). 8ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
SILVA, Andrée Mansuy-Diniz. Portrait d’um homme d’État: D. Rodrigo de Souza Coutinho, Comte de Linhares 1755-1812. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Paris: Centre Culturel Calouste Gulbenkian, 2002-2006. 2 vols.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Brasil Império


Atividades
Assista os vídeos e responda
Quais são as fases do Império?
Quando foi que se constituiu a Assambléia Constituinte? você lembra quando foi a Assambléia constituinte aqui na Argentina? Qual a diferenças que você encontra entre as duas?
Quando é que Dom Pedro acaba voltando para Europa?
Faça um pequeno resumo sobre a vida de Dom Pedro II
Quando e quais são os partidos políticos que surgem?
Como se deu a integração do país?
Palavras chaves: bancos, estrada de ferro.
Reconheça qual foi o produto que liderava a economia no Brasil.
Onde começou a produção de café (Vale do Paraíba), em que estado do Brasil?
Quando foi a proclamação da República?

Link:
http://www.passeiweb.com/saiba_mais/fatos_historicos/brasil_america/d_pedro_e_nos



Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

Pós Independência
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
http://www.suapesquisa.com/independencia/







Princesa Isabel
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, nasceu no palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1846. Tornou-se a herdeira do trono brasileiro, após a morte prematura do irmão mais velho.

Filha de D.Pedro II, passou para a história do Brasil como a responsável pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888.

Princesa Isabel era casada com um nobre francês, o Conde D’eu. Ela assumiu a regência do trono do Brasil em três situações em que o imperador estava viajando. Foi responsável também pela assinatura da Lei do Ventre Livre (1871), que estabeleceu liberdade aos filhos dos escravos a partir daquela data.

Com o enfraquecimento da monarquia e o estado de saúde complicado do imperador, começou a receber muitas críticas e ataques de oposicionistas republicanos, que temiam a instauração de um terceiro reinado. Por ser francês, o marido da princesa também foi muito atacado neste momento.

Após a queda da monarquia e a Proclamação da República (15 de novembro de 1889), foi morar, com a família real, na Europa. Morreu na França no ano de 1921.
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/princesa_isabel.htm

Bill Aberdeen
Independência do Brasil, embora fora apoiada pela Inglaterra, dependia de um aspecto para ser, de fato, reconhecida pelos ingleses: o tráfico negreiro, grande motivo de discórdia entre os dois países. Para o Brasil, a mão-de-obra escrava representava a força produtiva de seu sistema econômico; já para a Inglaterra, era uma grande desvantagem, uma vez que reduzia o número de potenciais consumidores de seus produtos industrializados. O Brasil acabou cedendo aos interesses dos ingleses, em troca da formalização do reconhecimento de sua autonomia política.

O resultado disso foi a Lei Bill Aberdeen (nome do então Ministro das Relações Exteriores do Governo britânico), promulgada em 8 de Agosto de 1845. A mesma proibia o comércio de escravos entre a África e o Brasil, equiparando-o à pirataria. Além disso, a medida dava à Inglaterra o direito unilateral de apreender quaisquer navios negreiros que se dirigissem ao Brasil.

Desde sua promulgação até o ano de 1948, os ingleses já haviam aprisionado 625 embarcações cheias de escravos. Na maioria das vezes, eles eram levados para as colônias inglesas do Caribe e obrigados a viver em péssimas condições, algo bem próximo à própria escravidão. Embora a medida tenha causado medo nos traficantes e proprietários de terra brasileiros, nunca foi totalmente acatada pelos mesmos.

Temendo uma ação bélica mais direta por parte da Inglaterra, a Direita brasileira passou a defender, no Parlamento, o fim definitivo do tráfico negreiro, resultando na aprovação da Lei Eusébio de Queiroz, em 4 de setembro de 1850.

Lei Eusébio de Queiroz
Em 27 de dezembro de 1812, na cidade de São Paulo de Luanda, Angola, nasce Eusébio de Queiroz Coutinho Mattoso Câmara.
Filho de um magistrado português, ouvidor geral da comarca de Angola, vem para o Rio de Janeiro aos três anos de idade. Em 1818, muda-se para Serro do Frio em Minas Gerais, onde começa seus estudos.
Aos dez anos, aprende latim com o padre Francisco do Rego Barros em Pernambuco e entre 1826 e 1827 freqüenta o seminário de São José estudando filosofia, retórica e grego.
Ingressa na Faculdade de Direito de Olinda aos 15 anos e recebe diversos prêmios ao longo do curso. Gradua-se em 1832 e retorna ao Rio de Janeiro, onde seu pai era ministro do Supremo Tribunal de Justiça. No mesmo ano, é nomeado juiz do crime no bairro de Sacramento, RJ.
Entre 1833 e 1844 ocupa o cargo de chefe de polícia da Corte e é muito elogiado em sua função.
Entre 1842 e 1854, é quatro vezes eleito deputado geral no Rio de Janeiro.
Em 29 de setembro de 1848 é nomeado Ministro da Justiça, cargo que ocupa até 1852. Defende veementemente a integridade territorial do Brasil e o fim do tráfico negreiro.
Destaca-se como autor de duas das mais importantes leis do Império: a Lei Eusébio de Queiroz, aprovada em 1850, que proibia o tráfico de escravos no país; e a lei a 556, que criava o Código Comercial Brasileiro.
Em 1854 é nomeado senador e em 1855 torna-se membro do Conselho de Estado, mantendo a posição no senado até a sua morte.
Eusébio de Queiroz morre no dia 7 de maio de 1868, no Rio de Janeiro
Projeto do Senado do Império que dispõe sobre a condição de nascerem livres os filhos das escravas e dá outras providências sobre a criação e tratamento desses filhos em relação aos senhores.
Este documento serviu de base à Lei n.º 2040 de 28.09.1871 - "Lei do Ventre Livre".


Lei de ventre livre
O Partido Liberal comprometeu-se publicamente com a causa, mas foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871.

De poucos efeitos práticos imediatos, deu liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os manteve sob a tutela dos seus senhores até atingirem a idade de 21 anos. Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma “instituição injuriosa”, menos para os escravos e mais para o país, sobretudo para sua imagem externa.

A Lei do Ventre Livre declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos desde a data da lei. O índice de mortalidade infantil entre os escravos aumentou, pois além das péssimas condições de vida, cresceu o descaso pelos recém-nascidos. Joaquim Nabuco escreveu em 1883: «O abolicionismo é antes de tudo um movimento político, para o qual, sem dúvida, poderosamente concorre o interesse pelos escravos e a compaixão pela sua sorte, mas que nasce de um pensamento diverso: o de reconstruir o Brasil sobre o trabalho livre e a união das raças na liberdade.

Lei do sexagenário
Lei Saraiva - Cotegipe - 1885

A campanha abolicionista cada vez mais se intensificava. Em 1880, foi criada a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão que , juntamente com a Associação Central Abolicionista e outras organizações, passou a ser conhecida pela Confederação abolicionista liderada por José do Patrocínio, filho de uma negra com um padre.

Em 1884, os governos do Ceará e do Amazonas resolveram abolir a escravidão nestas províncias (mais tarde Estados): foram os pioneiros.

Em 1885, surgiu a lei do sexagenário, proposta pelo ministro liberal José Antonio Saraiva e aprovada pelo ministério conservador do Barão de Cotegipe. Esta lei decretada a alforria dos negros maiores de 65 anos; era mais uma medida mistificadora.




O Apogeu do Império e o Rei Café (1850 – 1870)
Café: base econômica do Segundo Reinado. A superação da crise regencial, a reorientação centralista e conservadora e a conseqüente estabilidade do Império a partir de 1850 encontram-se intimamente relacionadas à economia cafeeira.

Como vimos, a estrutura econômica e social do Brasil não havia sido alterada com a emancipação política e continuava, em essência, tão colonial e escravista quanto fora durante o período colonial. Estruturada para a monocultura, a economia colonial e escravista no Brasil prosperou quando produziu uma mercadoria de grande aceitação no mercado europeu e, também, quando não era ameaçada pela concorrência. Assim aconteceu com o açúcar no passado e agora com o café, em meados do século XIX.
Desenvolvendo-se principalmente no sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a cafeicultura forneceu uma sólida base econômica para o domínio dos grandes proprietários daquela região e favoreceu, enfim, a definitiva consolidação do Estado nacional.

Origem do café. A produção e o consumo do café tiveram origem entre os árabes, e esse produto era conhecido pelos europeus desde o século XVI. Seu consumo no Ocidente começou em Veneza, em meados do século XVII, difundindo-se rapidamente. A demanda do novo produto, daí em diante, só aumentou. Já no século XVIII sua produção tinha atingido as Antilhas e, no seguinte, o Brasil, onde em pouco tempo superou todas as culturas tradicionais.

Os investimentos iniciais. Tornando-se um novo e principal produto de exportação a partir do século XIX, o café ocupou, de início, regiões vizinhas da capital brasileira. - o Rio de Janeiro. Ali encontrou uma infra-estrutura já montada, reaproveitando a mão-de-obra escrava disponível em virtude da desagregação da economia mineira. Além disso, favoreceram enormemente a nova cultura. A abundância de animais de transporte (mulas) e a proximidade do porto, que facilitava o seu escoamento para o exterior. Portanto, sem grandes dificuldades, com os próprios recursos existentes e disponíveis, deu-se o impulso inicial à economia cafeeira.

Comparação com a economia açucareira. O café não requeria grandes e vultosos investimentos, como a montagem do engenho. Eram necessários: tanques para a lavagem do grão depois da colheita, terreiro onde espalhar e secar o café e máquinas de decorticação, triagem, etc., que eram mais simples e de fabricação local. Portanto, nos seus primórdios, a cultura cafeeira baseava-se na utilização do fator terra e dependia do movimento da mão-de-obra. Como o cafezal é uma cultura perene, o crescimento da economia cafeeira dependia quase que exclusivamente do suprimento de escravos.

Outro aspecto diferenciava ainda a economia açucareira da cafeeira. Pelo fato de encontrar-se em plena vigência do regime colonial, a economia açucareira, desde a sua origem, caracterizou-se pelo divórcio entre as etapas da produção e da comercialização, sendo todas as decisões tomadas na última etapa - o comércio.
Dessa maneira, eram os comerciantes que se apropriavam da parte maior, permanecendo os senhores de engenho como seus sócios menores. Na economia cafeeira, a importância do comerciante continuou enorme e decisiva, mas o fato de ter se constituído nos quadros de um país politicamente emancipado deu ao produtor um espaço maior de liberdade e atuação. Segundo as palavras do economista Celso Furtado, “desde o começo, sua vanguarda [os cafeicultores] esteve formada por homens com experiência comercial. Em toda a etapa de gestação, os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados. A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento de mão-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização nos portos, contatos oficiais, interferência na política econômica e financeira”.

A expansão cafeeira – Na primeira década do século XIX, a cultura cafeeira já havia atingido o Rio de janeiro, começando pelo litoral - Angra dos Reis e Parati -, em direção a São Paulo: Reis Caraguatatuba. Porém, foi no vale do Paraíba que o café prosperou.
O vale do Paraíba. A fixação do café no vale do Paraíba deveu-se às condições geográficas excepcionais: clima adequado, regularidade das chuvas, etc.
De 1830 a 1880, aproximadamente, toda a energia econômica voltou-se para o cultivo do café, que então era vendido, sem concorrência, ao mercado europeu em expansão. Tornou-se, por isso, o estabilizador da economia do Império, a ponto de se dizer, na época, que "o Brasil é o vale".
Entretanto, a economia cafeeira não alterou os quadros sociais herdados do passado colonial. Ao contrário, ela fortaleceu a escravidão, a grande propriedade, a monocultura e a produção voltada para o mercado externo. Como no passado, a cafeicultura caracterizouse por ser uma cultura extensiva e predatória. Em conseqüência disso, o solo esgotou-se rapidamente no vale do Paraíba e a cultura cafeeira ali entrou em declínio.

O Oeste Paulista – A estagnação e decadência do vale do Paraíba não significou, contudo, a decadência da cafeicultura, que encontrou no Oeste paulista um novo alento. Seu núcleo inicial foi Campinas (Oeste velho), difundindo-se para Moji-Guaçu e chegando à região de Ribeirão Preto (Oeste novo) por volta de 1880. Em seguida, a cultura se expandiu para o extremo Oeste paulista e atingiu o Paraná já no início deste século.

Diferenças entre o vale do Paraíba e o Oeste paulista. Em termos topográficos havia diferenças significativas entre o vale e o Oeste paulista. Devido ao terreno acidentado, o plantio do café no vale do Paraíba era descontínuo, realizado nas encostas dos montes. Já no Oeste paulista, o plantio ocupava ininterruptamente vários quilômetros quadrados de solo excepcionalmente fértil: a terra roxa, oriunda da decomposição das rochas vulcânicas. Assim, embora o sistema de cultivo fosse o mesmo, a regularidade do relevo favorecia a melhor conservação do solo no Oeste paulista, assegurando por mais tempo a qualidade do café. A isso deve-se acrescentar que o escoamento do produto era beneficiado por um custo menor, graças às redes viárias disponíveis.
O deslocamento do café para o Oeste paulista valorizou o porto de Santos; com a expansão do café para o interior, a partir de Campinas, tornou-se necessário solucionar a questão do transporte até o porto de Santos.
De início, utilizou-se o transporte animal. Porém, à medida que as distâncias aumentaram e o volume da safra se multiplicou, por iniciativa dos próprios cafeicultores as estradas de ferro foram sendo construídas: a São Paulo Railway, ligando Santos a Jundiaí (1868); a Ituana, ligando Itu a Campinas (1873); a Mogiana e a Sorocabana, que começaram a ser construídas em 1875.

A Modernização
A dinamização da economia. Com o desenvolvimento da cafeicultura um novo equilíbrio foi estabelecido. Desde 1860, os superávits tornaram-se constantes nas relações comerciais com o exterior, ajustando novamente a economia brasileira ao mercado internacional.
Em sua relação com o exterior, a tarifa Alves Branco (1844) representou uma mudança significativa, ao elevar os direitos alfandegários de 15% para 30%. Internamente, para o Estado, isso representou melhoria da arrecadação. A abolição do tráfico (1850), por sua vez, liberou capitais que foram redirecionados para a aplicação no mercado interno.
Assim, em contraste com o período anterior da Regência, bastante conturbado, teve início no Brasil uma nova era de relativa prosperidade. "Pode-se dizer", afirma o historiador Caio Prado Jr. , "que é nesta época que o Brasil tomará pela primeira vez conhecimento do que fosse o progresso moderno e uma certa riqueza e bem-estar material.”
A reunião de fatores favoráveis - tarifa Alves Branco, abolição do tráfico e ascensão do café - estimulou uma onda de empreendimentos urbanos: “fundaram se”, afirma o historiador Nelson Werneck Sodré, “62 empresas industriais, 14 bancos, 3 caixas econômicas, 20 companhias de navegação a vapor, 23 de seguros, 4 de colonização, 8 de mineração, 3 de transportes urbanos, 2 de gás, 8 estradas de ferro”.
Nesse surto de empreendimentos, destacouse, quase como símbolo desse tempo, Irineu Evangelista de Sousa, barão de Mauá, pela ousadia de sua atuação. Como empresário, investiu nos mais variados setores da economia urbana: produção de navios a vapor, estradas de ferro, comunicações telegráficas, bancos, etc.
Apesar de ter iniciado a sua atividade comercial já na década de 1830, e ter criado o primeiro estaleiro da América do Sul por volta de 1846, a maioria de seus empreendimentos de grande envergadura concentraram-se na década de 1850. Porém, esses empreendimentos não tiveram continuidade e já se encontravam seriamente ameaçados em 1864, data em que ocorreu uma grave crise bancária. Finalmente Mauá faliu em 1873.

Fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/reicafe.htm

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

domingo, 10 de agosto de 2008

Preconceito Lingüístico

Ouça com atenção a entrevista ao Prof. M. Bagno sobre o preconceito lingüístico.
Site: marcosbagno.com.br

sábado, 9 de agosto de 2008



Na ribeira deste rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele
Me dá calor ou dá frio
Vou vivendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada
Vejo os rastros que ele traz
Numa seqüência arrastada
Do que ficou para trás
Vou vendo e vou meditando
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando
Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali
E do seu curso me fio
Porque se o vi ou não vi
Ele passa e eu confio
Ele passa e eu confio

Voz: Mônica Salmaso
Teclados e Arranjo: Lelo Nazario
Acordeon: Toninho Ferragutti
Baixo Acústico: Rodolfo Stroeter
CD: Trampolim
Ano: 1998
Gravadora: Pau Brasil

Na Ribeira deste Rio

A miragem - Marcus Viana
"O Clone"



Ah, se pudéssemos contar as voltas que a vida dá
Pra que a gente possa encontrar um grande amor,
É como se pudéssemos contar todas estrelas do céu,
os grãos de areia desse mar,
ainda sim
Pobre coração o dos apaixonados
que cruzam o deserto em busca de um oásis em flor
Arriscando tudo por uma miragem,
pois sabem que há uma fonte oculta nas areias,
Bem aventurados os que dela bebem,
porque para sempre serão consolados
Somente por amor a gente põe a mão no fogo da paixão
e deixa se queimar,
Somente por amor,
movemos terra e céus,
rasgando sete véus,
saltamos do abismo sem olhar pra trás,
Somente por amor a vida se refaz
Somente por amor a gente põe a mão
no fogo da paixão e deixa se queimar,
Somente por amor,
movemos terra e céus,
rasgando sete véus,
saltamos no abismo sem olhar
pra trás,
Somente por amor,
e a vida se refaz e a morte não é mais pra nós.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tropicália

07/08/2007 - 09h00
Tropicália 40 anos: Após a Bossa Nova, movimento foi o mais influente na música brasileira
GABRIELA BELÉM da Redação

Em outubro de 1967, durante o 3º Festival de Música Popular Brasileira, promovido na época pela TV Record, surgiam alguns dos artistas que formaram o movimento musical mais influente e original do país após a Bossa Nova. Os riffs de guitarra elétrica aliados à psicodelia, à mistura de ritmos populares e à experimentação presentes nas canções "Alegria, Alegria", cantada por Caetano Veloso e tocada pela banda argentina Beat Boys, e "Domingo No Parque", interpretada por Gilberto Gil e Os Mutantes no evento, transformaram a forma de se fazer música no Brasil por gerações e movimentaram a cena cultural brasileira.
A partir daquele momento até o fim de 1968, seria instalado o cenário revolucionário que mais tarde foi batizado de Tropicália. O disco antológico "Tropicália ou Panis Et Circenses", com nítido caráter de manifesto, lançaria um sincretismo de ritmos jamais ouvido, com o rock misturado à bossa nova, ao baião, ao samba e ao bolero.
Baseados nos ícones da contracultura inglesa e nos hippies norte-americanos, os baianos Gil, Caetano, Gal Costa e Tom Zé, ao lado dos Mutantes (Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias), Nara Leão e do maestro Rogério Duprat, criaram canções baseadas na pop arte, antropofagia, concretismo e numa estética de vanguarda, em plena ditadura militar. Tudo isso aliados aos letristas Torquato Neto e Capinam.
A idéia era, sobretudo, romper barreiras comportamentais, principalmente com a defesa do sexo livre. A moda psicodélica pairava na cabeça dos tropicalistas, que a difundiram por meio da irreverência.
Revolução cultural
Modernizaram-se também outras áreas da cultura nacional. Antes mesmo do lançamento de "Panis Et Circenses", o artista plástico Hélio Oiticica já havia lançado a obra de cunho vanguardista intitulada "Tropicália", em fevereiro de 1967. O movimento sofreu influências e influenciou o Cinema Novo de Glauber Rocha. Já no teatro brasileiro, apareceram as peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa. Na poesia concreta, surgiram nomes como Augusto de Campos e Décio Pignatari.
Quem batizou o movimento foi o jornalista e crítico de música Nelson Motta, com um artigo chamado de "A Cruzada Tropicalista", publicado no jornal "Última Hora", em 5 de fevereiro de 1968.
A intervenção na cena cultural do país foi mais crítica do que política. Por esse motivo o movimento foi menosprezado por boa parte da esquerda que, naquela época, ou apoiava os músicos politizados, a exemplo de Geraldo Vandré, ou os puristas da bossa nova. Para os universitários da chamada "linha dura" do movimento estudantil, a guitarra e o rock eram símbolos do imperialismo norte-americano, e não deviam participar do universo da música popular brasileira.
O movimento foi reprimido pela ditadura militar após a imposição do AI5 (Ato Institucional nº 5), em 1968, com a prisão de Caetano e Gil em dezembro do mesmo ano.
Desdobramentos
Nos anos 70, Os Secos e Molhados e o grupo pernambucano Ave Sangria retomaram a atitude anárquica e de protesto, com músicas repletas de boas doses de psicodelia, glam-rock e punk. Vestidos muitas vezes de mulher, o grupo de Ney Matogrosso e os recifenses utilizaram novamente o protesto e o sincretismo de ritmos da tropicália.
Ainda na mesma mesma década, Os Novos Baianos mesclaram choro, afoxé e rock and roll em suas canções. Outros ícones da vanguarda paulistana que receberam nítidas influências do movimento foram Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e o Grupo Rumo.
Nos anos 90, o Manguebeat também foi criado a partir desse recurso tipicamente tropicalista: a mistura de elementos regionais (a exemplo do maracatu, coco e da embolada) e universais - como o rock, o funk, o dub e o rap. Não é à toa que a canção "Maracatu Atômico", do tropicalista Jorge Mautner, foi regravada pelo grupo Chico Science e Nação Zumbi, no álbum "Afrociberdelia" (1996).
Ainda hoje o Tropicalismo "faz a cabeça" de artistas internacionais como os músicos Beck e Devendra Banhart, que lançaram álbuns recentes declarando forte influência do movimento brasileiro.
Perdas recentes
Após a morte no ano passado do maestro e arranjador Rogério Duprat, um dos maiores ícones do Tropicalismo, o movimento perdeu em março deste ano o produtor musical Guilherme Araújo, que atuou nos bastidores do movimento com importantes nomes da MPB, como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa.
Duprat, que começou na área erudita e depois se juntou aos tropicalistas, estava afastado do cenário musical desde os anos 80. O maestro se retirou da cena artística por conta de sua progressiva perda de audição. Ele ainda se aprofundou na música eletrônica, integrou a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e foi um dos fundadores e diretores da Orquestra de Câmara de São Paulo.
Ano passado foi relançado um disco de sua autoria, "A Banda Tropicalista do Duprat" (1968), feito com os Mutantes, pela Universal.

Bossa Nova

que significa a Bossa Nova para você?
Ela pode despertar as mais variadas lembranças: de um amor perdido, de Ipanema, de vagas memórias dos anos 60, de um movimento surgido na zona sul do Rio de Janeiro, da influência do jazz, de João Gilberto, Tom e Vinícius...
Mas a bossa nova foi acima de tudo um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil e talvez a maior contribuição do Brasil para a música pop contemporânea.
Hoje o mundo inteiro sabe o que é bossa nova.


Coisas do Brasil - Guilherme Arantes

Música no Brasil Colônia




O crescimento, nos últimos vinte anos, das pesquisas sobre a música produzida e consumida no Brasil ao longo dos séculos XVIII e XIX, vêm permitindo uma melhor avaliação do papel que essa produção exercia na vida social do Brasil Colônia. Com o aumento substancial dos estudos musicológicos neste campo, vemos crescer dia a dia tanto o conhecimento estilístico daquela produção, como a quantidade e qualidade das re-interpretações da música consumida por nossos antepassados. O Projeto “Biblioteca Virtual Música Brasileira dos séculos XVIII e XIX” tem o objetivo de contribuir para o avanço dessas pesquisas sobre a música no Brasil, disponibilizando on-line importantes informações que sem dúvida deverão facilitar em muito o trabalho de pesquisadores, intérpretes e estudantes de música interessados neste tema.
Mais informações:
http://home.ism.com.br/~balleste/musica_sec18/index2.html

Brasil Colônia - parte 3

Atividades:
1) Nos finais do século XVIII que tipo de movimentos surgiram no Brasil? Qual foi o movimento mais importante e por quê? Quem foi o lider desse movimento?
2) Estabeleça algumas diferenças entre o português que tinha chegado ao Brasil, em 1500, e o português dos últimos anos do século XVIII.
3) O sistema colonial começou afundar, quais foram as causas? Qual o país que foi potência dominante no mundo?
4) Mão de obra livre é o que propõe Inglaterra? Que tipos de idéias começaram a entrar no Brasil, no século XIX?
5) Descreva o contexto político e social em Portugal no começo do Século XIX.
6) A chegada da Família Real e da corte ao Brasil, fez que tipo de reformas no Brasil?
7) A liberalização do comêrcio internacional foi graças a quem? Isto quer dizer que abriu os portos a outros países.
8) Faça uma descrição do Rei João VI, conforme os dados que você conhece dele. Você concorda com o professor Fausto Boris.
9) No plano político quais foram as mudanças para o Brasil e Portugal?
Levar em conta que o filho de João VI se chamou:
Pedro I (no Brasil) Pedro VI (em Portugal)
10) Onde e quando foi o grito de Ipiranga?

Processo de Indepêndencia Brasileira, duas linhas:
Uma linha: mais revolucionária, mais de transformação.
Uma outra linha conservadora, que quere uma transição tranqüila. Essa linha é a linha das elites fluminenses (Estado do Rio de Janeiro).
A transição finalmente foi uma transição conservadora, inclusive na forma de governo, o Brasil foi uma monarquia entre repúblicas. Todos os outros países da América Latina se tornaram repúblicas mas no Brasil houve uma continuidade monárquica.

Brasil Colônia - parte 2

Atividades:
1) Qual foi a primeira forma de governo, nas Novas Terras descobertas pelos portugueses?
2) Pesquisar mais detalhes sobre o que foi o Geverno Geral.
3) Qual foi o primeiro produto no qual foi baseada a economia e por quê? Qual foi um dos principais problemas que tiveram os portugueses, para começar a desenvolver essa economia?
4) Por que os donos das fazendas não queriam que os escravos se conhecessem?
5) O que eram os quilombos?
6) O que gerava mais lucro, em vários periodos da história brasileira: o comêrcio dos escravos ou a produção feita baseada no trabalho escravo. Qual a diferença?
7) Além da presença dos portugueses no Brasil Colonial, a presença de quem foi importante e por quê?
8) Quantas invasões fizeram os holandeses e qual foi a mais comprida? Quando foi a retirada dos holandeses?
9) “Século XVII, Brasil atrasado, mais indígena” palavras do professor Boris Fausto, você concorda?
10) Na época, como era São Paulo? Quem foram os bandeirantes?
11) Como é definida a população brasileira comforme as matrizes que a gerou?
12) Século XVIII. As minas de ouro foram descoberta por quem?
13) Qual foi a reação dos portugueses quando souberam da existência de ouro, prata e diamantes no Brasil?

Brasil Colônia - parte 1

Atividades:
1) Pesquisar informações sobre as causas pelas quais Portugal, tinha condições de fazer expedições sobre buscas de Novas Terras. (Levar em conta o contato que havia entre a Itália e Portugal, a localização geográfica de Portugal).
2) Pesquisar sobre o significado da palavra: taprobana.
3) O que é que os portugueses foram buscar fora das terras deles?
4) Na época por que era comum buscar especiarias?
5) Os portugueses inventaram que tipo de navio?
6) Pedro Alvarez Cabral chegou a que estado do Brasil?
7) Qual foi o nome com o qual denominou o capitão ao local onde chegou?
8) Qual foi o objetivo que tinha a igreja na época?
9) Identifique o movimento artístico que predominou na época (os quadros foram pintados em que século?).
10) Qual a diferença entre as expressões achamento do Brasil Vs. descoberta do Brasil?
11) Como foi o relacionamento entre os índios e os portugueses? Que tipos de consequências passaram os índigenas a raíz da chegada dos portugueses?




Herança de um príncipe musical
Documentos raros de música sacra compunham a Real Biblioteca de D. João VI. O acervo cresceu e hoje tem 220 mil peças
Lorenzo Aldé

Contemporâneo de Mozart e Beethoven, o príncipe português D. João VI não poderia viver em época melhor para se tornar um amante da música. De fato, antes que o destino o catapultasse rumo ao trono com a morte do irmão D. José, o rapaz se dedicava principalmente ao estudo musical. Sua predileção eram as composições sacras, inclusive o cantochão, no qual dizem que ele se arriscava como cantor, e sem fazer feio.

A paixão pela música foi uma constante na dinastia dos Bragança, e em 1808 ela desembarcou no Brasil não só no coração do príncipe regente, mas também em sua admirável coleção de partituras, libretos, missais, manuscritos e tratados. Lá estavam Mozart e Beethoven — as primeiras edições de algumas de suas obras-primas. E também Haydn e outros compositores dos séculos XVIII e XIX. Os documentos compunham a Real Biblioteca e foram a semente de um setor que, com o tempo, ampliou seu acervo com mais e mais preciosidades. Hoje, a Divisão de Música e Acervo Sonoro (Dimas) da Biblioteca Nacional possui cerca de 220 mil peças. Nada mais justo em um país tão musical como o nosso.

Ao desembarcar no Rio de Janeiro em 8 de março de 1808, D. João VI teve a melhor recepção que poderia esperar. A execução de um Te Deum na catedral não era uma novidade, mas a qualidade da realização o impressionou. “Excedia em muito o que se podia esperar numa colônia de Portugal”, afirma Bruno Kiefer no livro História da Música Brasileira. Mérito do padre José Maurício, compositor profícuo que logo conquistou a simpatia do monarca, recebeu o título de mestre-de-capela e passou a freqüentar a Corte em recitais íntimos para D. João, mesmo sob olhares tortos por ser mulato.


À bênção inicial da coleção real juntou-se em 1953 outro importante acervo para compor a base de relíquias musicais da Biblioteca Nacional. Com 19 mil títulos, a coleção particular do cearense Abrahão de Carvalho (1891-1970) era a maior da América do Sul no gênero. Ao longo de quatro décadas, ele adquiriu obras raras de teoria e história da música, além de programas, manuscritos, libretos, partituras e periódicos. Entre as preciosidades, por sinal, lá estava o Index da livraria de música de Dom João IV.


Com a diversificação dos estilos e o constante surgimento de grandes compositores brasileiros no século XX, a Divisão Musical da Biblioteca enriqueceu-se ainda mais, ganhando também registros sonoros. A tecnologia completa o serviço: o site www.bn.br/fbn/musica oferece um “acervo virtual” com músicas digitalizadas, informações e biografias de grandes compositores. Entre eles, o mulato preferido de D. João, o padre José Maurício.

Candomblé

Vadiação Capoeira Contra-Mestre André Biriba

sexta-feira, 13 de junho de 2008

5) Região Centro-Oeste

Em breve postaremos conteúdos da Região...
Tem um erro no clipe: "Goiáis" o Certo é Goiás.

4) Região Norte

babaçu
Quebradeira de coco











Documentário: Epopéia Euclydeacreana Parte 1 - Documentário Amazônia
Tem mais no link materiais didáticos.
http://profesoresargentinosdeple.blogspot.com/2008/06/vdeos.html



Dados importantes:
1902 termina a guerra entre bolivianos e serengueiros (Acre)
1903 Bolivia e Brasil assinam um documento, reconhecendo ao Acre como estado brasileiro.
1904 Euclydes da Cunha é nomeado para chefiar a Comissão de Reconhecimento do Alto Purus.

Assista o vídeo e responda Verdadeiro (V) ou Falso (F)
1. Euclydes da Cunha estava nem aí de conhecer a Amazônia e os sertões.
2. Euclydes da Cunha teve uma longa conversa com o ministro de Relações Exteriores (O Barão do Rio Branco) em Petrópolis.
3. Petrópolis fica no Rio de Janeiro.
4. Euclydes da Cunha não conhecia os problemas do Brasil nem da Amazônia.
5. Euclydes da Cunha teve que esperar à comissão boliviana em Boa Vista.
6. Manaus era a capital dos seringueiros.
7. Na época Manaus era uma capital que se dedicava à pecurária.
8. Euclydes da Cunha começou a sua viagem quando o rio estava cheio.

3) Região Nordeste

Em breve postaremos conteúdos da R. Nordeste

2) Região Sudeste

Ana Leite: Como fazer Feijoada fora do Brasil!







Desde o início da colonização do Brasil, os portugueses, sabendo das riquezas minerais descobertas na parte da América pertencente aos espanhóis (México e Peru), tentavam a todo o custo descobri-las em nosso território. Com a descoberta do ouro, no final do século XVII (1690), no atual estado de Minas Gerais, na região das cidades de Sabará, Mariana e Ouro Preto, surgiu para Portugal uma nova fonte de renda muitas vezes superior ao açúcar, que entrava em decadência. A partir dessa época, como decorrência da corrida do ouro, o espaço do Sudeste começou a ser ocupado e organizado. Com a descoberta do ouro e, depois, dos diamantes (1729), as expectativas de um rápido enriquecimento passaram a atrair um grande número de pessoas para a região das Minas Gerais, dando origem a vários núcleos de povoamento (os arraiais) que logo se transformariam em vilas e cidades. Ao lado dos senhores de engenho nordestinos surgiu uma nova figura na sociedade colonial brasileira: o senhor de lavras, que, ao contrário dos primeiros, vivia na cidade, dando origem a um processo de crescimento urbano bastante acelerado. Os primeiros descobridores de ouro nas gerais foram os paulistas. Entretanto, em virtude de conflitos que começaram a haver entre eles e os portugueses (apelidados de emboabas) que para cá vieram explorar os minerais, alguns paulistas decidiram caminhar rumo ao oeste em busca de novas jazidas de ouro e diamantes, fixando-se, por fim, em territórios dos atuais estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul (1718) e Goiás (1725). Mas não foi só a atividade mineradora que propiciou o surgimento de núcleos de povoamento nesse período. A necessidade de abastecer a população dedicada à mineração levou ao desenvolvimento de atividades agrícolas e comerciais no sul de Minas Gerais, em São Paulo e no Rio de Janeiro, além da criação de gado no Sul do Brasil. O comércio de bovinos e principalmente de muares (mulas), que os paulistas buscavam no Sul para vender na região das minas, proporcionou o aparecimento de pousadas ao longo dos caminhos entre essas duas regiões. Muitas dessas pousadas deram origem a importantes cidades paulistas da atualidade como Franca e Sorocaba, e Passa Quatro, em Minas Gerais.

A MUDANÇA DO EIXO ECONÔMICO DO NORDESTE PARA O SUDESTE


Durante praticamente todo o século XVIII, a mineração constituiu a principal atividade econômica da Colônia, fazendo com que o Sudeste assumisse o comando da economia colonial brasileira. Com a passagem do eixo econômico do Nordeste para o Sudeste transferiu-se, em 1763, a capital do Brasil para o Rio de Janeiro, que então passou a ser o mais importante centro urbano da Colônia. Nas primeiras décadas do século XIX, quando a atividade mineradora começava a declinar, e o açúcar e o algodão perdiam competitividade no mercado internacional, um novo produto agrícola veio fortalecer ainda mais o crescimento e a estruturação dessa região: o café, até hoje um dos mais importantes produtos de exportação do país. Plantado inicialmente no Norte, no estado do Pará (1727), o café encontrou nas terras do Sudeste um excelente local de cultivo. Paralelamente ao desenvolvimento da cultura cafeeira desenvolveu-se também a criação de gado, destinada ao abastecimento da população. O gado ocupou vastas áreas do Sudeste, destacando-se o oeste de São Paulo, o Triângulo Mineiro, o norte e o sul de Minas Gerais, o vale do rio Paraíba (em São Paulo e no Rio de Janeiro), como também a área do atual estado de Mato Grosso do Sul, e as campinas do Sul do Brasil.


CAFÉ, A BASE PARA A INDUSTRIALIZAÇÃO DO SUDESTE


No Rio de Janeiro, o café encontrou as condições ideais de clima e solo para o seu desenvolvimento (final do século XVIII e início do século XIX). Posteriormente, irradiou-se para São Paulo, sul de Minas Gerais e Espírito Santo. Nas primeiras décadas do século XX, os cafezais atingiram as terras dos estados do Paraná e Mato Grosso do Sul, e o Brasil passou a ser o maior produtor mundial de café, tendo os Estados Unidos como principal comprador. Inúmeras ferrovias e estradas foram abertas para o escoamento da produção cafeeira até os portos de Santos e do Rio de Janeiro. Nas proximidades dessas estradas, começaram a se desenvolver aglomerados urbanos, embriões de grandes cidades da atualidade. Assim como ocorreu no Nordeste com a lavoura canavieira, a monocultura do café organizou-se em grandes propriedades, a princípio tendo por base o trabalho escravo, e posteriormente empregando trabalhadores livres (assalariados), principalmente imigrantes. Ao avançar mais para o interior da região, o cultivo do café propiciou o aparecimento de médias propriedades. Dos quase 5 milhões de imigrantes que o Brasil recebeu até o início deste século, a maior parte deles fixou-se sobretudo no Sul e Sudeste, marcando profundamente sua vida econômica e social. A preferência por essa região, entre outros fatores, deveu-se à necessidade de mão-de-obra para a lavoura e à necessidade de efetivar-se a colonização do Sul. A partir da década de 30, a importância do café na economia do Sudeste e do Brasil começou a diminuir devido à crise internacional que afetou brutalmente a comercialização do produto, principalmente por depender das exportações aos Estados Unidos. Nesse momento, os investimentos econômicos passaram a ser dirigidos para outras culturas e para uma outra atividade: a indústria, que inicialmente se estruturou em torno de São Paulo e do Rio de Janeiro. O acúmulo de capitais, proporcionado pela cultura do café, a rede ferroviária, a modernização dos portos de Santos e do Rio de Janeiro, a mão-de-obra qualificada dos imigrantes e o crescente mercado consumidor urbano foram fatores importantíssimos para o desenvolvimento da atividade industrial, que acelerou o processo de estruturação do espaço da região Sudeste, comandado por São Paulo.


A POPULAÇÃO DO SUDESTE


Desde o século XVIII, em decorrência de suas atividades econômicas, a região Sudeste não parou de receber contingentes populacionais vindos de outras regiões e de fora do país. A mineração foi a atividade que deu início ao processo de atração populacional, sendo seguida pelo cultivo do café (até a década de 30 deste século). Por último, a atividade industrial (a partir de 1950), juntamente com outras atividades ligadas a ela, gerou muitos empregos, atraindo grandes contingentes de migrantes das mais variadas regiões, principalmente do Nordeste. A região Sudeste abriga mais de 40% do total da população do país, sendo a mais populosa e também a mais densamente povoada (cerca de 70 hab./km2) das regiões brasileiras. Essa elevada concentração de habitantes deve-se não apenas ao recebimento de migrantes, mas também ao crescimento vegetativo da população da região. Como ocorre em todas as outras regiões, a população do Sudeste não se apresente igualmente distribuída pelo seu território. Enquanto em São Paulo e no Rio de Janeiro encontramos altas densidades demográficas (São Paulo com 130 hab./km2), em algumas áreas, como o noroeste de Minas Gerais e alguns trechos litorâneos, são escassamente povoadas, apresentando baixas densidades demográficas. O Sudeste, com mais de 85% da população concentrada nas cidades, apresenta altos índices de urbanização. Nela localizam-se as mais importantes cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, que concentram mais de 30% da população da região. Desempenhando várias funções (centro industrial, comercial, financeiro etc.), São Paulo e Rio de Janeiro são as duas grandes metrópoles nacionais, exercendo grande influência sobre todo o país. Belo Horizonte é uma metrópole regional.



A NATUREZA DO SUDESTE E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO

A região Sudeste, localizada na parte centro-oriental do país, ocupa pouco mais de 10% do território brasileiro.


Relevo
O planalto Atlântico, com suas terras altas (acima de 500 m de altitude, em média), é a forma de relevo predominante na região. Ele se subdivide em três serras principais: da Mantiqueira, do Espinhaço e do Mar. É entre a serra do Mar e da Mantiqueira que se situa o vale do Paraíba, o primeiro grande cenário da lavoura cafeeira no Brasil. No norte de Minas Gerais, atravessada pelo rio São Francisco, encontra-se outra unidade do relevo da região, a depressão Sanfranciscana, situada a oeste da serra do Espinhaço. Caminhando no sentido oeste, em direção ao interior do estado de São Paulo, é encontrada a depressão Periférica (área sedimentar muito antiga) e depois dela, o planalto Arenito-basáltico. Essas duas unidades do relevo pertencem ao planalto Meridional, que ocupa boa parte de São Paulo e do Triângulo Mineiro, prolongando-se em direção ao sul do país. No planalto Arenito-basáltico, formado por terrenos sedimentares (arenito) e terrenos vulcânicos (basalto), verifica-se a ocorrência do famoso solo de terra roxa, formado pela decomposição do basalto, que serviu de base para a expansão cafeeira da região e, desde a década de 70, vem sendo largamente ocupado pela cultura da cana. Entre o oceano Atlântico e o planalto Atlântico, apresentando-se ora mais larga, ora mais estreita, encontra-se a planície Litorânea. Essa planície, constituída por sedimentos recentes, é o resultado do trabalho de acumulação de materiais desagregados do planalto Atlântico e de acumulação marinha, no litoral. Nessa planície podem-se individualizar duas áreas importantes, conhecidas pelo nome de baixada, que se encontram amplamente ocupadas, apresentando altas densidades demográficas: a baixada Fluminense (RJ) e a baixada Santista (SP).


Hidrografia
Na hidrografia do Sudeste alguns rios merecem destaque. O rio São Francisco, rio de planalto, tem em seu curso a usina hidrelétrica de Três Marias, que, além de gerar energia para a região, através da construção de barragens, contribui para a regularização do trecho do rio onde está localizada.Outro rio importante do Sudeste é o rio Paraná, onde se localizam as mais importantes usinas hidrelétricas do país, como as de Jupiá e de Ilha Solteira, que constituem o Complexo Hidrelétrico de Urubupungá (5 300 000 kW). Um dos afluentes do Paraná, que atravessa quase todo o estado de São Paulo, é o rio Tietê. Esses dois rios formam a hidrovia Tietê-Paraná, a mais importante do Brasil, que já se encontra em funcionamento parcial.Por essa hidrovia, milhares de toneladas de soja produzidas anualmente em Goiás estão sendo transportadas de São Simão, cidade goiana, até Pederneiras, em São Paulo, numa extensão de 640 km pelos rios Parnaíba, Paraná e Tietê. Cada comboio com quatro chatas transporta carga equivalente à 135 caminhões, o que demonstra o baixo custo do transporte fluvial. Próximo a Barra Bonita, em São Paulo, essa hidrovia, com 400 km de extensão, recebe a denominação de hidrovia do Álcool, por onde trafegam embarcações transportando cana-de-açúcar, álcool, gado e fertilizantes. O rio Tietê, além de ser aproveitado como meio de transporte, é muito utilizado como fonte de energia, tendo em seu curso várias usinas hidrelétricas, como as de Barra Bonita, Bariri, Promissão e Nova Avanhandava. Atravessando terras de Minas Gerais e do Espírito Santo, encontra-se o rio Doce. parte de seu vale possui grande importância econômica, pois dele se extrai o minério de ferro, que é exportado para inúmeros países. Outros rios da região que merecem destaque são: o Paraíba do Sul, em São Paulo e no Rio de Janeiro; o Ribeira do Iguape, no sul do estado de São Paulo; e o rio Grande, entre São Paulo e Minas Gerais. Este último, com grande potencial hidrelétrico, comporta as usinas de Furnas, Itutinga e Marimbondo, entre outros. A principal fonte de energia do Sudeste é a hidreletricidade obtida das inúmeras usinas dos rios da região.


Clima e Vegetação
O clima que predomina na região é o tropical (úmido), que sofre variação no trecho de terras mais elevadas (parte de Minas Gerais e São Paulo), apresentando temperaturas mais baixas do que nas demais áreas, sendo conhecido como clima tropical de altitude. Enquanto no extremo sul do estado de São Paulo, próximo à região Sul, o clima é subtropical, no norte de Minas Gerais, próximo à região Nordeste, há um pequeno trecho onde predomina o clima semi-árido, apresentando as mesmas características socioeconômicas do sertão nordestino, ou seja, baixa densidade demográfica e baixo nível de vida da população. A cobertura vegetal do Sudeste, devido à sua intensa ocupação, encontra-se quase totalmente devastada. A floresta ou mata Atlântica, que se estendia (no sentido leste-oeste) do litoral até o planalto Atlântico, subdividia-se em dois tipos: floresta tropical de encosta ou úmida, que se apresentava bastante densa e com grande número de espécies vegetais (sapucaia, jatobá, jacarandá etc.) e floresta tropical de planalto ou semi-úmida, menos densa e com menor número de espécies vegetais (cedro, peroba etc.). Hoje, a maior parte dessa floresta quase não existe, restando apenas alguns trechos esparsos em encostas montanhosas -- como a serra do Mar --, que correspondem a 8% da vegetação original. Caminhando em direção ao oeste da região (na parte norte do estado de São Paulo e grande parte do estado de Minas Gerais, nos terrenos sedimentares (mais permeáveis) encontramos a vegetação dos cerrados.
Nas regiões serranas predominam os campos limpos.
No norte de Minas, onde o clima é semi-árido, aparece a caatinga, enquanto na vegetação litorânea predomina o mangue (baixada Fluminense, baixada Santista e Cananéia-Iguape). No extremo sul de São Paulo surge a floresta subtropical, cuja espécie característica é o pinheiro.


A GEOECONOMIA DO SUDESTE
Com a mineração e o cultivo do café, a região Sudeste foi se firmando como o centro da economia nacional. Posteriormente, a atividade industrial concretizou essa posição. As indústrias cresceram e concentraram-se no eixo Rio-São Paulo e na região de Belo Horizonte (MG). O crescimento industrial atingiu o setor agropecuário, que, através da mecanização do campo, se desenvolveu bastante, aumentando consideravelmente a produtividade. Em conseqüência, introduziu-se a agricultura comercial, que visa ao comércio em grande escala, com obtenção de lucro máximo, e é controlada por empresas rurais. Esses, entre outros fatores, levaram ao aparecimento de um tipo de mão-de-obra que hoje predomina no campo: o trabalhador temporário. Os trabalhadores temporários, comumente chamados bóias-frias, não se fixam à terra. Trabalham onde e quando há emprego (geralmente na época das colheitas), e suas condições de vida são precárias, devido ao injusto salário que recebem. Esses trabalhadores rurais vivem na periferia das cidades e diariamente são transportados para a zona rural, onde trabalham: regressando no final do dia. Nos últimos anos no estado de São Paulo, em virtude de muitas lutas dos sindicatos dos trabalhadores rurais, foram obtidas algumas melhorias nas condições de trabalho dessas pessoas: transporte em ônibus, creches, registro em carteira obrigatório por lei. Entretanto, por causa do aumento nos custos de manutenção dos empregados, muitas empresas e grandes proprietários rurais passaram a investir na mecanização do processo produtivo. Algumas usinas de açúcar e álcool passaram a ter 75% da área de cana cortados por máquinas, com redução de 60% no número de empregados.


A AGRICULTURA COMERCIAL DO SUDESTE
Hoje o café é cultivado em grande escala em São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, junto com outros importantes produtos agrícolas. Até 1930, o café ocupava praticamente todas as terras férteis do Sudeste. Em 1929, uma grande crise mundial dificultou as exportações, obrigando os agricultores a uma maior diversificação da produção agrícola. A partir desse momento, produtos como o algodão, a cana, a laranja, entre outros, passaram a substituir parte dos cafezais. Atualmente é a cana-de-açúcar que domina a maior parte das terras cultivadas do Sudeste. Isso ocorreu a partir de 1975 com a criação do Proálcool (Programa Nacional do Álcool). Hoje, São Paulo é o maior produtor nacional de açúcar e álcool e tem inúmeras usinas espalhadas pelo interior do estado. Outro produto, ao lado da cana, cultivado na região é o algodão (herbáceo). Importante matéria-prima para as indústrias têxteis instaladas em grande número no Sudeste. Os maiores produtores brasileiros são o estado de São Paulo, no Sudeste, e o estado do Paraná, no Sul. Além desses produtos, a soja e a laranja vêm-se destacando nos últimos anos. Com a grande procura que a soja e a laranja (suco de laranja) passaram a ter no mercado externo, as plantações desses produtos têm se espalhado pela região. A laranja é cultivada mais intensamente no estado de São Paulo, em aproximadamente 110 municípios das regiões de Ribeirão Preto, São José do Rio Preto, Campinas, Itapetininga, Limeira, Araraquara e Bebedouro, onde existem grandes grupos empresariais produtores de suco, que exportam sua produção principalmente para os EUA e a Europa. Nas áreas que circundam as grandes cidades, como São Paulo, Campinas, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, encontram-se culturas de frutas, verduras e legumes e a criação de aves, como frango e galinha (em granjas). Essas áreas cultivadas são os cinturões verdes. Esses produtos hortifrutigranjeiros atendem a demanda dessas cidades, que abrigam elevado número de habitantes. Muitas dessas pequenas plantações e granjas são controladas por famílias de agricultores que residem na propriedade. A expansão urbana e a conseqüente especulação imobiliária têm causado problemas a esses pequenos agricultores, que cada vez mais vão-se afastando das cidades. Com isso, o preço de alguns produtos sobe, devido ao custo do transporte, que passa a ser maior, e aos atravessadores. Embora as lavouras modernas de exportação predominem na região Sudeste, em algumas áreas é encontrada a agricultura sob a forma tradicional. Para exemplificar, o vale do Ribeira, no sul do estado de São Paulo, é grande produtor de chá e banana, e o vale do Jequitinhonha, que abrange parte de Minas Gerais e do Espírito Santo, possui lavouras de subsistência.



PECUÁRIA
Encontram-se no Sudeste cerca de 36 milhões de cabeças de bovinos, correspondendo a aproximadamente 24% do rebanho brasileiro. O gado criado na região Sudeste destina-se tanto à pecuária de corte (abate) quanto ao fornecimento de leite, e suas principais áreas de criação são:

Triângulo Mineiro:
¦ sul de Minas Gerais (gado leiteiro), sendo o maior produtor brasileiro de leite e seus derivados;
¦ região do rio São Francisco;
¦ São Paulo, no vale do Paraíba (gado leiteiro), e no oeste e no norte do estado (gado de corte).

A criação de gado bovino, no Sudeste, vem-se modernizando com a melhoria de raças e o desenvolvimento de novas técnicas de criação. Algumas áreas, como Governador Valadares e Montes Claros, em Minas Gerais, e o norte e o oeste de São Paulo, vêm-se especializando na engorda de bois. Essas áreas, conhecidas pelo nome de invernadas, possuem pastagens artificiais, que propiciam o rápido aumento de peso do animal, favorecendo o abate em menor período de tempo. Outro importante rebanho criado na região é o de suínos, destinado à obtenção de banha (toucinho) e carne. A maior parte desse rebanho encontra-se nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Com a entrada de um grande número de imigrantes japoneses na região Sudeste desenvolveu-se a avicultura. O Sudeste e o Sul são os maiores produtores de frangos abatidos em todo o país. Metade da produção brasileira de ovos cabe ao Sudeste, destacando-se nessa atividade o estado de São Paulo.


OS FARTOS RECURSOS MINERAIS E A INDÚSTRIA
Recursos Minerais
A região Sudeste constitui uma das áreas de mineração mais importantes do Brasil. Os interesses da industrialização e da exportação associados ao desenvolvimento da tecnologia de pesquisa do subsolo propiciaram a descoberta de diversos tipos de minerais, que constituem importantes matérias-primas para a indústria. Um desses minerais é o ferro. A jazida de ferro mais importante do país está situada numa área ao sul de Belo Horizonte, conhecida como Quadrilátero Ferrífero, constituída pelas cidades de Belo Horizonte, Mariana, Santa Bárbara e Congonhas. A exploração do minério de ferro é realizada pela Cia. Vale do Rio Doce. Juntamente com o ferro, um dos principais produtos brasileiros de exportação, também foram descobertas no Quadrilátero Ferrífero jazidas de ouro, de manganês e (um dos ingredientes necessários para a fabricação do aço) e da bauxita (matéria-prima para a fabricação do alumínio). As jazidas de calcário, material usado na fabricação de cimento, estão espalhadas pelos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste último estado encontra-se outro recurso mineral do Sudeste, o petróleo. O petróleo é uma importantíssima fonte de energia, que, juntamente com a energia proveniente das usinas hidrelétricas, fornece condições para o crescimento industrial da região Sudeste. No estado do Rio de Janeiro, maior produtor nacional, ele é encontrado na região da plataforma continental (bacia de Campos). No estado do Espírito Santo, ele é extraído tanto na região da plataforma continental quanto no continente, nas proximidades de São Mateus. Para refinar o petróleo extraído, transformando-o em vários subprodutos, existem importantes refinarias:
¦ Henrique Lages, em São José dos Campos (SP);
¦ de Paulínia, em Paulínia (SP);
¦ de Capuava, em Mauá (SP);
¦ Presidente Bernardes, em Cubatão (SP);
¦ Duque de Caxias, em Campos Elíseos (RJ);
¦ Gabriel Passos, em Betim (MG).



Indústria
Em decorrência da existência de ferrovias, capital, mão-de-obra, mercado consumidor, a atividade industrial estruturou-se na região Sudeste. Transformando as matérias-primas fornecidas pela agricultura, desenvolveram-se inicialmente as indústrias têxteis e as alimentícias, que atualmente se distribuem por várias áreas da região. Após a construção da primeira grande usina siderúrgica brasileira (Usina Siderúrgica Nacional), em 1946, situada em Volta Redonda, no Rio de Janeiro, foi possível o desenvolvimento, com maior intensidade, das indústrias de base (siderúrgica, mecânica etc.). A siderurgia brasileira alcançou notável desenvolvimento, principalmente no Sudeste, que concentra 17 das 22 usinas siderúrgicas existentes no país, colocando o Brasil entre os maiores produtores de aço bruto do mundo.A partir de 1957, com a entrada do capital externo (através de empréstimos e multinacionais) e a interferência do Estado na economia, um novo impulso foi dado à industrialização do Sudeste, propiciando condições para o desenvolvimento da indústria automobilística. Em seguida, outras indústrias começaram a se desenvolver, como a química, a eletrônica, a naval etc. Dessa forma, é no Sudeste que se encontra o maior parque industrial do Brasil e da América Latina, destacando-se o eixo Rio-São Paulo e a região da grande Belo Horizonte. A cidade de São Paulo, o ABCDM (Santo André, São Bernardo do Campos, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá) e os centros próximos, como Campinas, São José dos Campos, Guarulhos, Osasco e Santos, apresentam uma superconcentração industrial.Entretanto, o processo de industrialização não atinge toda a região, ocasionando a existência de espaços geográficos bem diferenciados. Existem espaços urbano-industriais de grande porte, espaços rurais que utilizam modernas tecnologias (portanto, altamente produtivos) e espaços rurais subdesenvolvidos.Dois exemplos de áreas rurais pobres são o vale do rio Ribeiro do Iguape, no sul do estado de São Paulo, e, principalmente do vale do rio Jequitinhonha, no nordeste de Minas Gerais. Nos municípios do vale do Ribeira que possuem reservas ecológicas (áreas onde a vegetação não pode ser devastada, a população não pode aumentar as áreas para a agricultura e a pecuária, e, portanto, fica impedida de gerar mais renda. O vale do Jequitinhonha é conhecido como o “Vale da Miséria”, título dado pela ONU em 1974. É uma região formada por 55 municípios que, segundo sociólogos e técnicos agropecuários, teve a sua situação de pobreza acentuada com a implantação de áreas de reflorestamento para a produção de carvão vegetal, utilizado pelas usinas siderúrgicas da região Sudeste. As empresas de reflorestamento e as carvoarias empregam muitos trabalhadores do vale, pagando-lhes salários baixíssimos e submetendo-os a condições precárias de trabalho.Todos os anos, nas épocas de colheita de alguns produtos agrícolas em São Paulo (cana-de-açúcar, laranja), milhares de trabalhadores migram do vale do Jequitinhonha para esse estado. O Sudeste apresenta grandes desigualdades em relação às áreas (áreas pobres e áreas ricas) e também em relação à qualidade de vida das pessoas, pois algumas se beneficiaram com o crescimento econômico, enquanto a maioria, mesmo tendo contribuído para esse crescimento, não foi beneficiada. É o problema da repartição injusta das riquezas, que se agrava com a crescente exploração capitalista que caracteriza o mundo atual.



TRANSPORTES
Para dar vazão à sua produção, a região Sudeste precisa dispor de bons meios de transporte e de comunicação. Com o desenvolvimento da cultura do café, um dos setores que recebeu grande impulso foi o do transporte ferroviário, para ligar as áreas produtoras aos pontos de embarque para a exportação do produto. A partir da década de 50, com o ingresso das empresas automobilísticas estrangeiras no Brasil o transporte ferroviário entrou em decadência. Hoje, o país tem praticamente a mesma quilometragem que possuía em 1930, ou seja, cerca de 30 mil km de ferrovias em todo o território nacional.
As ferrovias do Sudeste
Dos quase 30 mil km de ferrovias que o Brasil possui, mais da metade encontra-se na região Sudeste e pertence à RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) ou a Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A).Entre as mais importantes ferrovias da região pertencentes à RFFSA, destacamos:
¦ Estrada de Ferro Central do Brasil;
¦ Estrada de Ferro Leopoldina;
¦ Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, que liga Bauru (SP) - Corumbá (MS) - Santa Cruz de La Sierra (Bolívia);
¦ Viação Férrea do Centro-Oeste;
¦ Estrada de Ferro Santos-Jundiaí.
Outra importante ferrovia é a Estrada de Ferro Vitória-Minas, pertencente à Companhia Vale do Rio Doce, responsável pelo transporte do minério de ferro do Quadrilátero Ferrífero (MG) para os portos de Vitória e Tubarão (ES).
As redes ferroviárias administradas pela Fepasa são:
¦ Estrada de Ferro Sorocabana;
¦ Companhia Paulista de Estradas de Ferro;
¦ Companhia Mojiana de Estradas de Ferro;
¦ Estrada de Ferro Araraquarense.
O sistema rodoviário do Sudeste
O Sudeste possui um avançado e extenso sistema rodoviário, A mais importante estrada de rodagem é a via Dutra, considerada o maior eixo rodoviário brasileiro. Numa extensão de pouco mais de 400 km, liga as duas grandes metrópoles do país: São Paulo e Rio de Janeiro. Outras importantes estradas de rodagem interestaduais situadas nessa região são: a Rio-Belo Horizonte-Brasília (BR-040); a Rio-Bahia (BR-101); a São Paulo-Brasília (BR-050); a Régis Bittencourt, que liga São Paulo a Curitiba; a Fernão Dias, que liga São Paulo a Belo Horizonte; e o trecho da Transbrasiliana (BR-153), que cruza no sentido norte-sul o oeste do estado de São Paulo e o triângulo Mineiro. O estado de São Paulo possui o maior número de rodovias da região, destacando-se:
¦ rodovia dos Imigrantes, inaugurada em 1976, une a cidade de São Paulo ao porto de Santos, aliviando o intenso tráfego que existia na via Anchieta;
¦ rodovia Castelo Branco, que vai da capital paulista até quase a fronteira com o Paraná (na região de Ourinhos);
¦ rodovia dos Bandeirantes, que liga São Paulo a Campinas. Com a construção dessa rodovia, diminuiu o intenso tráfego que existia no mais movimentado trecho da via Anhangüera;
¦ rodovia Ayrton Senna (antiga Trabalhadores), que liga São Paulo ao município de Guararema;
¦ rodovia Carvalho Pinto, que liga o município de Guararema ao município de Taubaté;
¦ via Anhangüera, que liga São Paulo ao interior de Minas (Triângulo Mineiro);
¦ via Raposo Tavares (São Paulo-Mato Grosso do Sul);
¦ via Washington Luís (Limeira-Ilha Solteira, na divisa com Mato Grosso do Sul);
¦ via Marechal Rondon, que liga a região de Jundiaí a Mato Grosso do Sul.
O setor portuário do Sudeste


Os portos mais antigos e movimentados do Brasil são o de Santos e o do Rio de Janeiro (primeiro e segundo colocados em valores de cargas exportadas no país, em 1992). O terceiro porto brasileiro em valores de cargas exportadas (1992) foi o de Vitória, no Espírito Santo. Outros portos que escoam parte da produção do Sudeste são: o porto de São Sebastião (São Paulo), que é também um terminal petrolífero; o de Angra dos Reis (Rio de Janeiro); e o de Tubarão (Espírito Santo), responsável pelo escoamento de boa parte do minério de ferro exportado pelo Brasil.

O transporte aéreo
São Paulo possui dois importantes aeroportos: o de Cumbica (internacional) e o de Congonhas (nacional, com função comercial). No Rio de Janeiro, há o Aeroporto internacional do Rio de Janeiro (Galeão) e o Santos Dumont (nacional, com função comercial). Em Minas, o principal aeroporto é o de Confins, em Belo Horizonte.



1) Região Sul




A Região Sul é uma das cinco grandes regiões em que é dividido o Brasil. Compreende os estados do Paraná (Cidade Capital Curitiba), Rio Grande do Sul (Cidade Capital - Porto Alegre) e Santa Catarina (Cidade Capital - Florianópolis), que juntos totalizam uma superfície de 576.300,8 km². A Região Sul é a menor das regiões brasileiras e faz parte da região geoeconômica Centro-Sul. É um grande polo turístico, econômico e cultural, abrangendo grande influência européia, principalmente de origem italiana e germânica. A Região Sul apresenta altos índices sociais em vários aspectos: possui o maior IDH do Brasil, 0,860, e a segunda maior renda per capita do país, 13.208,00 reais, atrás apenas da Região Sudeste. A região é também a mais alfabetizada, 93,7% da população.

Faz fronteiras com o Uruguai ao sul, com a Argentina e com o Paraguai ao oeste, com a Região Centro-Oeste e com a Região Sudeste do Brasil ao norte e com o Oceano Atlântico ao leste.
Sua história é marcada por uma grande imigração européia, pela Guerra dos Farrapos, também chamada de Revolução Farroupilha e mais recentemente pela Revolução Federalista, com seu principal evento o "Cerco da Lapa" e o Contestado.


Características gerais
Ver artigo principal: Características da região Sul do Brasil
População grande em área pequena
A região Sul é a menor em superfície territorial do Brasil, ocupa cerca de 7% do território brasileiro, mas por outro lado, sua população é duas vezes maior que o número de habitantes das regiões Norte e Centro-Oeste. Seus 26.973.511 habitantes representam uma densidade demográfica de 43,50 hab./km². Com um desenvolvimento relativamente igual nos setores primário, secundário e terciário, essa população apresenta os mais altos índices de alfabetização registrados no Brasil, o que explica, em parte, o desenvolvimento socioeconômico da região em comparação com as outras regiões brasileiras.
Localização ao sul do Trópico de Capricórnio. A Região Sul é a única região brasileira localizada quase totalmente abaixo do Trópico de Capricórnio e, por isso mesmo, é a mais fria do Brasil. O clima dominante é o subtropical e são freqüentes as geadas. Em altitudes elevadas também ocorrem ocasionalmente precipitações de neve.
As estações do ano são bem definidas e as chuvas, em geral, distribuem-se em grande quantidade ao longo do ano. O clima regional do sul, em comparação com as demais regiões do país, caracteriza-se por sua homogeneidade, notadamente no que se refere à sua pluviometria e ao ritmo estacional de seu regime. Destaca-se um clima mesotérmico bastante úmido no Planalto Meridional e subtropical, e superúmido na faixa litorânea e na encosta atlântica, com temperaturas bastante elevadas. Como característica geral, o clima do Sul é o subtropical, apresentando uma sensível oscilação térmica durante o ano. É possível diferenciar nitidamente duas estações: o inverno, que pode ser frio e o verão, quente, sobretudo nas áreas de baixa altitude dos três estados. Apenas o extremo noroeste do Estado do Paraná e os litorais do Paraná e Santa Catarina apresentam invernos amenos e verões quentes, excetuando-se os locais mais elevados do planalto, de clima mais brando.
No Sul, originalmente, diferenciavam-se duas áreas: a de florestas e a de campos. A primeira, colonizada por imigrantes alemães, italianos e eslavos, assumiu um aspecto europeu, com pequenas e médias fazendas voltadas para a policultura. A região de campos, ao contrário, ocupada desde a época colonial por latifundiários escravocratas, foi utilizada inicialmente para a pecuária extensiva e, mais tarde, também para o cultivo de trigo e soja. Hoje em dia, com o êxodo rural e inovações da agricultura, aumentou-se muito a concentração fundiária na região.
Atualmente, além dessas duas paisagens, há também as áreas industriais e urbanizadas, com destaque para as regiões metropolitanas de Curitiba [3], no Paraná e de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
Também é importante destacar a região norte do Paraná, que compreende como cidades pólo Londrina e Maringá, considerada "celeiro do Brasil" possui a maior produção de grão do país e a terceira maior do mundo, concentrando grande influência no campo agroindustrial.
Embora distintas, essas paisagens geoeconômicas estão integradas, o que facilita caracterizar a região como a mais uniforme do Brasil quanto ao índice de desenvolvimento humano.



História
Ruínas de São Miguel das Missões
Os primeiros habitantes da Região Sul foram os indígenas. Posteriormente, vieram os padres jesuítas espanhóis para catequizar os índios. Esses religiosos fundaram aldeias denominadas missões ou reduções. Os índios que habitavam as missões criavam gado, ou seja, dedicavam-se à pecuária, trabalhavam na agricultura e aprendiam ofícios.

Os bandeirantes paulistas atacaram as missões para aprisionar os índios. Com isso, os padres jesuítas e os índios abandonaram o lugar e o gado ficou solto pelos campos. Muitos paulistas foram aos poucos se fixando no litoral de Santa Catarina. Eles fundaram as primeiras vilas no litoral.
Os paulistas interessaram-se também pelo comércio do gado. Os tropeiros, isto é, os comerciantes de gado, reuniam o gado espalhado pelos campos. Eles levavam os animais para vender nas feiras de gado, em Sorocaba. No caminho por onde as tropas passavam surgiram povoados. Os tropeiros também organizaram as primeiras estâncias, ou seja, fazendas de criação de gado.
Para defender as estâncias que tinham sido criadas, o governo português mandou construir fortes militares na região. Em volta dos fortes surgiram povoados. Durante muitos anos, os portugueses e os espanhóis lutaram pela posse de terras do Sul. As brigas continuaram e apenas foram resolvidas com a assinatura de tratados. Esses tratados determinaram os limites das terras localizadas no sul do Brasil.
A população da Região Sul aumentou muito com a chegada dos primeiros imigrantes europeus. Os primeiros imigrantes foram os açorianos. Depois vieram principalmente os alemães e os italianos. Outros grupos (árabes, poloneses e japoneses) também procuraram a região para morar. Os imigrantes fundaram colônias que se tornaram cidades importantes.
As terras do norte e oeste do Paraná e do oeste de Santa Catarina foram as últimas regiões a serem povoadas. O norte do Paraná foi povoado com a criação de colônias agrícolas financiadas por uma companhia inglesa. Pessoas de outros Estados do Brasil e de mais de 40 países vieram para a região trabalhar como colonos no plantio de café e de cereais. No oeste catarinense desenvolveram-se a pecuária, a exploração da erva-mate e da madeira.
O Clima
O clima da Região Sul apresenta-se uniforme, com pequenas variações. Os outros elementos do quadro natural sulista, entretanto, quase sempre apresentam duas paisagens em contraste: relevo com extensos planaltos e estreitas planícies, hidrografia com duas grandes bacias fluviais (a do Paraná e a do Uruguai) e outras menores, vegetação em se alternam florestas e campos. A consideração dessas dualidades, é de extrema facilidade para a compreensão da natureza sulista.
Neve no Planalto Serrano de Santa Catarina.
No Brasil, país predominantemente tropical, somente a Região Sul é dominada pelo clima subtropical (um clima de transição entre o tropical predominante no Brasil e o temperado, predominante na Argentina), ou seja, o clima típico desta região é mais frio em comparação ao clima tropical, e é onde são registradas as mais baixas temperaturas do país. Nesse clima, as médias variam de 14°C a 21°C, e o inverno costuma ser bastante frio para os padrões brasileiros, com geadas freqüentes em quase todas as áreas, e em locais de altitudes mais elevadas, queda de neve. As estações do ano apresentam-se bastante diferenciadas e a amplitude térmica anual é relativamente alta. As chuvas, em quase toda a região, distribuem-se com relativa regularidade pelo ano inteiro mas pode-se encontrar também características de tropicalidade nas baixadas litorâneas do Paraná e Santa Catarina, onde as médias térmicas são superiores a 20°C e as chuvas caem principalmente no verão.
Os ventos também afetam as temperaturas. No verão, sopram os ventos alísios vindos do Sudeste, que por serem quentes e úmidos, provocam altas temperaturas, seguidas de fortes chuvas; no inverno, as frentes frias são geralmente seguidas de massas de ar vindas do Pólo Sul e trazem um vento frio chamado de minuano ou pampeiro.

Relevo
O relevo da Região Sul é dominado, na maior parte de seu território, por duas divisões do Planalto Brasileiro: o Planalto Atlântico (Serras e Planaltos do Leste e Sudeste) e o Planalto Meridional. Nessa região, o Planalto Atlântico é também denominado Planalto Cristalino, e o Meridional é subdividido em duas partes: Planalto Arenito-basáltico e Depressão Periférica. A região apresenta ainda algumas planícies. O ponto mais elevado da região sul é o Pico Paraná, com 1922 metros de altitude, localizado no estado do Paraná.
Os principais aspectos primários do relevo sulista são:
Planície Costeira ou Litorânea;
Campanha Gaúcha ou Pampa;
Planalto Atlântico;
Planalto Meridional.

Hidrografia
Vista aérea das Cataratas do Iguaçu (PR), na fronteira do Brasil com a Argentina.
Tanto a Serra do Mar como a Serra Geral estão localizadas próximas do litoral. Dessa forma, o relevo da Região Sul inclina-se para o interior e a maior parte dos rios — que é o planalto — segue de leste para oeste. Concentram-se em duas grandes bacias hidrográficas: a bacia do rio Paraná e a bacia do rio Uruguai, ambas subdivisões da Bacia Platina. Os rios mais importantes são volumosos e possuem grande potencial hidrelétrico, o que já está sendo explorado no rio Paraná, com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu (atualmente a maior do mundo). Essa exploração permite ao Sul e ao Sudeste uma crescente utilização de energia elétrica, tanto para consumo doméstico como industrial, fazendo-se necessária a continuidade dos investimentos nessa área.
Os rios sulistas que percorrem em direção ao mar fazem parte de um conjunto de bacias secundárias, conhecido como Bacias do Sudeste-Sul. Entre essas, a de maior aproveitamento para hidreletricidade é a do rio Jacuí, no Rio Grande do Sul. Outra, muito conhecida pelas suas imprevisíveis cheias, é a do rio Itajaí, em Santa Catarina, que atinge uma região bastante desenvolvida, influenciada basicamente pela colonização alemã.
Vegetação
A Mata de Araucárias é a paisagem típica da vegetação de planalto da Região Sul.
Quando muitos geógrafos brasileiros se referem ao sul do Brasil, é comum se lembrar da Mata de Araucárias ou Floresta dos Pinhais e do grande pampa gaúcho, formações vegetais típicas da região, embora não sejam as únicas.
A Mata de Araucárias, bastante devastada e da qual só restam alguns trechos, aparece nas partes mais elevadas dos planaltos do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, na forma de manchas entre outras formações vegetais. A Araucaria angustifolia (pinheiro-do-paraná) adapta-se mais facilmente às baixas temperaturas, comuns nas partes mais altas do relevo, e ao solo de rocha mista, arenito e basalto, que se concentra no Planalto Arenito-basáltico, no interior da região.
Desta mata são extraídos principalmente o pinheiro-do-paraná e a imbuia, utilizados em marcenaria, e a erva-mate, cujas folhas são empregadas no preparo do chimarrão. Além dessa mata, a Serra do Mar, muito úmida devido à proximidade com o Oceano Atlântico, favorece o desenvolvimento da mata tropical úmida da encosta, ou Mata Atlântica, muito densa e com grande variedade de espécies, inicia-se no Nordeste e continua pelo Sudeste até chegar ao Sul.
A Mata de Araucárias, que foi o panorama vegetal típico da região, aparece atualmente apenas em trechos. A devastação iniciou-se no final do Império, devido a concessões feitas pelo governo à abertura de estradas de ferro, e agravou-se com a atividade madeireira. No Norte e Oeste do Paraná, as poucas manchas de floresta tropical estão praticamente destruídas, devida à expansão agrícola. Nos últimos anos, tem-se tentado implantar uma política de reflorestamento.
A Região Sul é ocupada também por vastas extensões de terra de campos limpos, conhecidos pelo nome de campos meridionais, divididos em duas áreas distintas. A primeira corresponde aos campos dos planaltos, que ocorrem em manchas desde o Paraná até o norte do Rio Grande do Sul. A segunda área — os campos da campanha — é mais extensa e localiza-se inteiramente no Rio Grande do Sul, em uma região conhecida como Campanha Gaúcha ou pampa. É a vegetação natural das coxilhas e aparece como uma camada de ervas rasteiras que assim constitui a melhor paisagem natural do Brasil.
Finalmente, junto ao litoral, merece destaque a vegetação costeira de mangues, praias e restingas, que se assemelham às de outras regiões do Brasil.
Indústrias
A distribuição das indústrias do Sul é bastante diferente da que ocorre na Região Sudeste. Nesta região predominam grandes complexos industriais com atividades diversificadas, enquanto o Sul apresenta as seguintes características:
Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina.
presença de indústrias próximas às áreas produtoras de matérias-primas; assim, os laticínios e frigoríficos surgem nas áreas de pecuária, as indústrias madeireiras nas zonas de araucárias, e assim por diante;
predomínio de estabelecimentos industriais de médio e pequeno porte em quase todo o interior da região;
predomínio de indústrias de transformação dos produtos da agricultura e da pecuária.
As maiores concentrações industriais situam-se nas regiões metropolitanas de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e em Curitiba, no Paraná, merecendo destaque também:

a Região Metropolitana de Porto Alegre, onde está localizada a moderna fábrica de automóveis da General Motors;
a Região Metropolitana de Curitiba é o segundo pólo automobilístico da América Latina, composto por empresas como Audi, Volkswagen, Renault, Volvo, New Holland, Chrysler e produção de modelos Mazda e Mini Cooper;
o norte do Paraná, onde estão localizadas cidades tais como Londrina, Maringá, Apucarana e Paranavaí, entre outras, favorecidas pela grande quantidade de matérias-primas e fontes de energia, rede de transportes desenvolvida e localização geográfica favorecida, ligando os maiores pólos econômicos do país com o interior da região Sul;
a cidade de Canoas, aonde está localizada a importante refinaria de petróleo Alberto Pasqualini, a Refap;
juntamente com o norte catarinense, a Região Metropolitana de Curitiba concentra a melhor e mais avançada mão-de-obra técnica e especializada na manufatura de itens de segunda e terceira geração, atraindo a maioria dos investimentos tecnológicos destinados à região;
a região do vale do rio Itajaí, em Santa Catarina, na qual se destaca a indústria têxtil, cujos centros econômicos são Joinville, Blumenau, Itajaí e Brusque, e também de cristais finos e softwares, com sedes próprias em Blumenau;
a região norte catarinense destaca-se também no setor moveleiro, sendo os municípios de São Bento do Sul, Rio Negrinho e Mafra grandes produtores e exportadores de móveis.
o litoral sul de Santa Catarina, onde desenvolvem-se atividades industriais associadas à exploração do carvão, na região onde ficam cidades como Imbituba, Laguna, Criciúma e Tubarão;
a região de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves e Flores da Cunha, onde estão instaladas as principais indústrias vinícolas do Brasil; na região também estão localizadas a Marcopolo (líder mundial na fabricação de carrocerias de ônibus), a Tramontina (ferramentas e utilidades domésticas), a Agrale (fabricante de caminhões, tratores e jipes[incluindo o novo modelo utilizado pelo Exército brasileiro]), a Eberle (talheres, ferramentas, cutelaria) e a Randon (implementos rodoviários e veículos), entre outras.
a cidade gaúcha de Santa Cruz do Sul, no interior do Rio Grande do Sul, com uma expressiva produção de tabaco para a fabricação de cigarros.
a porção noroeste do Rio Grande do Sul, incluindo o vale do rio Uruguai, onde merecem destaque as indústrias de beneficiamento de produtos agrícolas, especialmente trigo, soja e milho. Passo Fundo, Santo Ângelo, Cruz Alta e Erechim são as cidades mais importantes dessa área;
em Triunfo, no Pólo Petroquímico do Sul, está localizada a Copesul (indústria petroquímica);
a Campanha Gaúcha, onde se destacam Bagé, Uruguaiana, Alegrete e Santana do Livramento, cidades que possuem grandes frigoríficos, em geral controlados pelo capital transnacional;
o litoral lagunar do Rio Grande do Sul, onde Pelotas (indústria de frigoríficos) e Rio Grande (maior porto marítimo da região) se destacam.
Além dessas concentrações industriais, merecem destaque Ponta Grossa, Cascavel, Foz do Iguaçu, Guarapuava e Paranaguá, no Paraná; Florianópolis, Joinville, Lages, Blumenau e Chapecó em Santa Catarina; e Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Energia
Usina Hidrelétrica de Itaipu, a maior usina hidrelétrica do mundo (PR).
A Região Sul é muito rica em xisto betuminoso e carvão mineral. O carvão mineral é utilizado para produzir energia elétrica nas usinas termelétricas, como a Usina Termelétrica Jorge Lacerda, em Santa Catarina. Além desses minérios, a região possui também energia hidrelétrica em abundância, graças às características de sua hidrografia — os rios caudalosos e os rios de planalto.
A maior usina hidrelétrica da região é a Itaipu, inaugurada em 1983, que aproveita os recursos hídricos do rio Paraná, mais precisamente nas imediações das cidades de Foz do Iguaçu (Brasil), na margem esquerda e Ciudad del Este, antiga Puerto Presidente Stroessner (Paraguai), na margem direita. Como é considerada a maior usina hidrelétrica do mundo, sua energia é utilizada em partes iguais por ambos países a que pertencem, Brasil e Paraguai.
Além de abastecer a Região Sul, a energia da Usina hidrelétrica de Itaipu é imensamente utilizada em outras regiões brasileiras, inclusive na Região Sudeste, que é mais desenvolvida, com indústrias de grande porte.
A distribuição de energia elétrica na Região Sul é controlada pela Eletrosul, com sede em Florianópolis (SC), que estende a atuação ao Estado de Mato Grosso do Sul e também a outras áreas do Brasil, devido a interligações com a rede de energia da Região Sudeste.
Em relação às usinas hidrelétricas que ainda existem em atividade desde o século XX, entraram em funcionamento entre as décadas de 1990 e 2000, tais como Usina Hidrelétrica de Ilha Grande, no rio Paraná, Usina Hidrelétrica de Machadinho, no rio Pelotas, e Usina Hidrelétrica de Itá, no rio Uruguai.


Aeroportos
Aeroporto Internacional Afonso Pena, no município de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba.
O Sul é bem servido no setor de transportes, dispondo de condições naturais que facilitam a implantação de uma boa malha rodoviária e ferroviária. Além disso, o fato de sua população distribuir-se uniformemente, sem grandes vazios populacionais, permite que sua rede de transportes seja mais eficiente e lucrativa.
Embora quase todas as principais cidades da região sejam servidas por linhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA), o transporte rodoviário é mais desenvolvido. A região conta com várias estradas, tais como a Rodovia Régis Bittencourt, ligando São Paulo ao Rio Grande do Sul, e a Rodovia do Café, alcançando o norte do Paraná até o porto de Paranaguá. Como as demais regiões do Brasil, os transportes ferroviários e rodoviários necessitam de investimentos que permitam a manutenção das vias já existentes e a abertura de outras novas.
Também os mais movimentados aeroportos do Brasil, depois dos aeroportos da Região Sudeste e de Brasília, estão localizados no Sul. Esta região possui ainda portos marítimos em atividade: o porto de Paranaguá, que exporta principalmente café e soja; os portos de Imbituba e Laguna, em Santa Catarina, exportadores de carvão mineral; os portos de São Francisco do Sul, Itajaí e Itapoá (o 1° porto privado do Brasil) também em Santa Catarina, exportadores de madeira; e finalmente os portos de Rio Grande e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, pelos quais passam mercadorias diversificadas.

Turismo
Lago Negro em Gramado, uma das cidades turisticas da serra gaúcha (RS)
O Parque Nacional do Iguaçu, onde se localizam as Cataratas do Iguaçu, é uma Unidade de Conservação brasileira. Está localizado no extremo-oeste do estado do Paraná, tendo sido criado em 10 de janeiro de 1939 , através do decreto lei nº 1.035. Sua área total é de 185.262,2 hectares. Em 1986 recebeu o título, concedido pela UNESCO, de Patrimônio Mundial.
Durante os dias quentes de verão, as praias catarinenses são procuradas e freqüentadas por turistas do Brasil inteiro e de outros países estrangeiros. Florianópolis, atrás apenas das cidades do Rio de Janeiro (RJ) e Salvador (BA), é uma das capitais brasileiras mais visitadas. Com o fim da crise econômica nos países do Mercosul, parte do movimento de argentinos, uruguaios e paraguaios voltou ao proveito do turismo de verão, em cidades balneárias tais como Balneário Camboriú e Barra Velha. São pontos turísticos os patrimônios da humanidade: Cataratas do Iguaçu no Parque Nacional do Iguaçu, no Paraná e as Ruínas Jesuítico-Guaranis de São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul.
As serras gaúcha e catarinense atraem turistas no inverno rigoroso, que vêm aproveitar as temperaturas mais baixas e a neve, inclusive em Urubici (SC). Em Cambará do Sul (RS), localiza-se o Parque Nacional de Aparados da Serra, onde fica o cânion do Itaimbezinho. Gramado, cidade turística mais representativa dentre todas as de interior no país.

Alguns dados da Cultura (Resumo)
A cultura artística da Região Sul do Brasil é muito rica, justamente por ter recebido influência de diversas colônias de imigrantes, como os alemães, os italianos, os poloneses e os ucranianos. Os colonizadores foram os primeiros a chegar na região anteriormente habitada pelos povos ameríndios. As principais manifestações estão na culinária, na literatura e na dança. A cultura gaúcha também é muito forte na região.
Curitiba foi eleita em 2003 a "Capital da Cultura das Américas" pela entidade CAC-ACC e sediou o evento COP 8 MOP 3 da ONU de 20 a 31 de março de 2006.

Culinária:
do Paraná
Barreado
Carneiro no buraco
Pinhão

de Santa Catarina
Bijajica
Camarão
Marreco com repolho roxo

do Rio Grande do Sul
Arroz carreteiro
Café colonial
Chimarrão
Churrasco Doces de Pelotas


Literatura
Na literatura sul-brasileira destacaram-se escritores como:
Caio Fernando Abreu
Cruz e Sousa
Dalton Trevisan
Domingos Pellegrini
João Simões Lopes Neto
Luís Fernando Veríssimo
Érico Veríssimo Helena Kolody

Música Popular
PopularNa música popular, alguns artistas alcançaram expressão regional e nacional, tais como:



Adriana Calcanhotto
Armandinho
Arrigo Barnabé
Bidê ou Balde
Chitãozinho & Xororó
Dinho Ouro Preto
Elis Regina
Engenheiros do Hawaii
Família Lima
Krisiun Lupicínio Rodrigues
Marjorie Estiano
Nelson Gonçalves
Nenhum de Nós
Papas da Língua
Teixeirinha
Teodoro & Sampaio
Tequila Baby
Ultramen Yamandú Costa


Política
Na política, o Sul é representado, entre outros, pelos seguintes políticos:
Anita Garibaldi, revolucionária brasileira;
Bento Gonçalves da Silva, revolucionário brasileiro;
Borges de Medeiros, ex-governador do Rio Grande do Sul;
Artur da Costa e Silva, militar, ex-presidente do Brasil pela ARENA;
Emílio Garrastazu Médici, militar, ex-presidente do Brasil pela ARENA;
Ernesto Geisel, militar, ex-presidente do Brasil pela ARENA;
Esperidião Amin, ex-governador de Santa Catarina, presidente nacional do PP;
Germano Rigotto, ex-governador do Rio Grande do Sul;
Getúlio Dornelles Vargas, ex-presidente do Brasil;
Hermes da Fonseca, ex-presidente do Brasil; Ildefonso Pereira Correia, Barão do Serro Azul
Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, ex-governador do Paraná;
João Goulart, ex-presidente do Brasil;
Jorge Bornhausen, ex-governador de Santa Catarina, presidente nacional do PFL;
Júlio Prates de Castilhos, ex-governador do Rio Grande do Sul;
Leonel Brizola, político, ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro;
Luís Carlos Prestes, militar e revolucionário brasileiro;
Nereu Ramos, ex-governador de Santa Catarina, ex-presidente do Brasil;
Ney Braga, ex-governador do Paraná, ex- ministro da agricultura e ex-presidente da Itaipu Binacional;
Osvaldo Aranha, diplomata e ex-governador do Rio Grande do Sul;
Pedro Simon, ex-governador do Rio Grande do Sul e atual senador; Roberto Requião, governador do Paraná;


Referências
IBGE, Contagem da população em 2007. Acessado em 20 de dezembro de 2007.
2,0 2,1 IBGE, PIB dos Municípios em 2005. Acessado em 20 de dezembro de 2007.
3,0 3,1 IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios 2005. Acessado em 20 de dezembro de 2007.
ANTUNES, Celso. Capítulo 7: Aspectos humanos e econômicos. In: ANTUNES, Celso. Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil. São Paulo: Scipione, 1991. p. 74.
Deutsche Welle "Brasil alemão" comemora 180 anos (25.07.2004)
6,0 6,1 6,2 ANTUNES, Celso. Capítulo 7: Aspectos humanos e econômicos. In: ANTUNES, Celso. Geografia e participação, volume 2: as regiões do Brasil. São Paulo: Scipione, 1991. p. 75.
IBGE, Produção Agrícola Regional 2005
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Sul_do_Brasil#Literatura, 24 de abril de 2008