segunda-feira, 18 de agosto de 2008

O Homem que inventou o Brasil

Quase desconhecido dos brasileiros, o português Rodrigo de Souza Coutinho foi um dos principais responsáveis pela vinda da Corte, e seus ideais inspiraram a Independência
Nívia Pombo

A idéia de transferir a sede do governo lusitano para o Brasil circulava livremente pelos corredores do poder português. Mas de todos os que defendiam esta decisão, foi D. Rodrigo de Souza Coutinho quem mais trabalhou para pô-la em prática.
D. Rodrigo nasceu em Chaves, no norte de Portugal, em 1755. Cresceu em Lisboa ouvindo as conversas dos adultos sobre as atitudes polêmicas do seu padrinho, Sebastião José de Carvalho e Melo, o marquês de Pombal (1699-1782), à frente do governo português entre 1750 e 1777. Entre as medidas pombalinas, além de reformas fiscais e educacionais, figuram a expulsão dos jesuítas do território português, o rompimento com o Papado e uma implacável perseguição à alta nobreza, que foi gradativamente afastada do centro de decisões políticas do reino.
D. Rodrigo foi criado junto aos príncipes D. José (1761-1788) e D. João (1767-1826). A educação cortesã incluía aulas de esgrima, cavalaria e dança. Aos 17 anos, ingressou no curso jurídico da Universidade de Coimbra. Na faculdade, tornou-se amigo do professor José Anastácio da Cunha (1744-1787), que costumava reunir alunos para tomar chá, jogar cartas e fazer leituras proibidas de autores libertinos e filósofos iluministas, como Voltaire, d’Alembert e Hobach. Esta prática rendeu ao professor um processo movido pelo Tribunal da Inquisição — acabou preso por “libertinagem”.
Certamente, não foi por coincidência que pouco depois o pai de D. Rodrigo o afastou de Portugal, conseguindo-lhe uma nomeação como embaixador em Turim. D. Rodrigo tinha então 22 anos, e permaneceria na Itália por duas décadas. De lá acompanhou, em 1776, a independência das treze colônias inglesas na América, que dariam origem aos Estados Unidos, e a Revolução Francesa, em 1789. O colapso da monarquia francesa era, para ele, um exemplo de como o fardo tributário constituía um poderoso fermento para insatisfações populares. O mesmo poderia ocorrer nas colônias. Por isso, dedicou parte do seu tempo a estudar assuntos fazendários, como a exploração das minas e a cobrança dos impostos na América portuguesa.
Os acontecimentos franceses também estavam no centro das preocupações de D. João quando ele assumiu o governo, em 1792. Nos domínios coloniais, rebeliões deixavam clara a influência dos ideais iluministas: entre 1786 e 1794, movimentos deste tipo aconteceram em Goa (na Índia), em Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Preocupado com a fragilidade de suas possessões, D. João resolveu renovar o gabinete ministerial que herdara da mãe, a rainha D. Maria I. Para assumir a Secretaria de Estado dos Negócios da Marinha e Domínios Ultramarinos, escolheu, em 1796, D. Rodrigo de Souza Coutinho.
A pasta reunia a administração de todas as colônias – inclusive as províncias da América que, segundo D. Rodrigo, “se denominam com o genérico nome de Brasil”. Dias depois de tomar posse, enviou instruções aos governadores daquele território, solicitando descrições minuciosas: geografia, demografia, exportação e importação, detalhes sobre a cobrança de impostos. O resultado apareceu no ano seguinte, quando apresentou ao príncipe sua Memória sobre o melhoramento dos domínios de Sua Majestade na América.
O projeto era ambicioso. Pretendia tornar a exploração colonial mais rentável, sem com isso onerar demais os colonos. Era preciso diminuir impostos, extinguir monopólios, incentivar a agricultura, nomear bons governadores (bem como punir os maus) e utilizar métodos modernos de exploração mineral. Mas as colônias continuariam fornecedoras de matérias-primas: antecipando um discurso que vigoraria nos séculos seguintes, D. Rodrigo expressa claramente a idéia de que a vocação econômica do Brasil não é a indústria, mas sim a mineração e a agricultura.
Assombrado pela independência das colônias inglesas, o ministro temia o rompimento do “enlace natural” que envolvia Portugal e Brasil – segundo ele, a parte mais importante de toda a monarquia portuguesa. Para evitar a crise, propunha a criação de um novo “sistema político” para a conservação dos domínios portugueses na América. Nesse sistema, reforçava o “feliz nexo” que ligava todos os domínios lusitanos, apelando para um ideal de unidade no qual o “português nascido nas quatro partes do mundo se julgue somente português e não se lembre senão da glória e grandeza da monarquia”. Desta forma, D. Rodrigo rompia com idéias importantes defendidas pelo iluminismo do século XVIII, como a que afirmava serem as colônias prejudiciais ao desenvolvimento econômico das metrópoles européias.
Para concretizar seus planos, procurou a ajuda de uma elite de talentos da Colônia, homens com formação na Universidade de Coimbra interessados em colaborar com a administração portuguesa. Encomendou estudos para especialistas como Antônio Pires da Silva Pontes, autor de um ensaio que sugeria a abolição do quinto real (um direito régio de 20% cobrado sobre o ouro), para tornar a exploração das minas mais eficaz. O mineralogista Manuel Ferreira da Câmara Betencourt, que, junto com José Bonifácio (futuro “Patriarca da Independência”), fez uma excursão pelas minas da Saxônia, da Boêmia e da Hungria, foi nomeado Intendente Geral das Minas em 1800. Seu irmão, José de Sá Betencourt, implicado na Inconfidência Mineira (1789), recebeu instruções para analisar minas de cobre e salitre na Bahia. D. Rodrigo incentivou a publicação de obras como O fazendeiro do Brasil (1798), do frei Mariano Veloso, para o aperfeiçoamento da agricultura, e encarregou Hipólito da Costa (1774-1823) de fazer uma viagem aos Estados Unidos para estudar métodos de cultivo “que fossem aplicáveis ao Brasil”.
O ministro também trabalhou para diminuir as diferenças no tratamento dispensado aos súditos do reino e aos das colônias. Aproximou-se de membros da elite mineira que em 1789 tiveram envolvimento com a Inconfidência Mineira, pois entendia como era tênue a linha que separava ideais de reforma política dos sonhos de revolução. Era a primeira vez que um ministro português acionava os filhos das elites brasileiras para participarem da elaboração de planos políticos comuns ao futuro de Portugal e do Brasil. No entanto, em 1798, a descoberta dos planos de uma sublevação envolvendo alfaiates “pardos” na Bahia quase pôs tudo a perder. D. Rodrigo agiu rápido: enviou ordens ao governador D. Fernando José de Portugal para investigar se os “principais da cidade” estavam envolvidos no levante. A resposta não tardou: “Nem entravam pessoas de consideração... ou que tivessem conhecimento e luzes”. E a punição foi severa: condenações à forca, esquartejamentos, açoitamentos e degredo.
Mas seu projeto carecia de apoio na Corte. Intrigas atingiam assuntos políticos e administrativos, ministros disputavam quem iria aconselhar o príncipe e influenciar o destino do Estado. No terreno diplomático, as diferenças surgiam em torno da decisão de se alinhar com a Inglaterra ou com a França. D. Rodrigo, que tomava partido dos ingleses, angariou muitos inimigos.
Vivia às turras também com a princesa Carlota Joaquina. Segundo o historiador Oliveira Lima, a futura rainha detestava o ministro e se divertia dando-lhe apelidos: “doutor redemoinho”, “doutor embrulhada” ou ainda “doutor trapalhada”. Envolvido nos ardis da Corte, D. Rodrigo pediu demissão em 1803, afastando-se da vida pública por quatro anos.
Em 1807, quando Portugal atravessava um momento especialmente difícil, pressionado por Inglaterra e França, D. Rodrigo retornou ao centro das decisões políticas, convocado por D. João para participar das reuniões do Conselho de Estado que decidiriam os rumos do país. Fiel às suas convicções, defendeu o alinhamento com os ingleses e a partida para o Brasil, certo de que a integridade da monarquia dependia da preservação dos domínios na América. Fez as malas e atravessou o Atlântico, acompanhando a família real. Onze anos após ter escrito a Memória sobre o melhoramento, D. Rodrigo chegava ao Rio de Janeiro para cumprir a última etapa de sua longa carreira política.
No Brasil, seus méritos foram reconhecidos por D. João, que lhe concedeu o título de conde de Linhares e o nomeou ministro da Secretaria de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra. Seu compromisso de desenvolver economicamente o Brasil o colocou diante de alguns dilemas, entre eles o fim do estatuto colonial, situação que inviabilizava a própria criação do império luso-brasileiro.
Inspirado no liberalismo econômico, especialmente nas leituras do teórico britânico Adam Smith (1723-1790), D. Rodrigo participou ativamente das negociações dos tratados assinados em 1810 com a Inglaterra. Entre as cláusulas mais conhecidas, destacam-se as relacionadas à liberdade religiosa e à proibição da Inquisição nas colônias portuguesas. A polêmica girou em torno do artigo que estipulava que os produtos ingleses pagariam impostos de 15% para entrar no Brasil, enquanto os portugueses teriam que desembolsar 16%. Apesar das críticas, D. Rodrigo insistia que Portugal iria “ganhar mais com o aumento que há de ter o Brasil depois dos liberais princípios que V.A.R. [Vossa Alteza Real] mandou estabelecer...”. O tratado também exigia a abolição gradual do tráfico de escravos. D. Rodrigo chegou a esboçar um plano para trazer colonos chineses para substituir a mão-de-obra cativa.
Por aqui realizou velhos projetos, como a abertura de estradas e redes fluviais para facilitar as transações mercantis. Em Minas Gerais, incentivou a abertura da Fábrica de Ferro do Pilar, com o objetivo de diminuir a dependência dos produtos ingleses. Elaborou planos para a criação de ovelhas destinadas à indústria da lã. Planejou o primeiro Banco do Brasil, fundado em 1812. Reformou as tropas de linha e de milícia, construiu novas fortificações e promoveu estudos de defesa militar.
D. Rodrigo morreu no Rio de Janeiro em 1812, acometido por uma “febre maligna”, aos 56 anos. Comentava-se que fora envenenado por seus inimigos políticos. Verdadeira ou não, a tese comprova a existência de profundos rancores cultivados na corte carioca de D. João.
Com ou sem inimizades, a imagem que fica é a de um homem com um incansável desejo de reformas. A morte precoce não lhe permitiu concretizar o projeto de um império que unisse os destinos de Portugal e Brasil, separados definitivamente dez anos depois. Mas seus ideais foram acalentados pela geração dos que compuseram o cenário político da Independência e enfim criaram um império. Não aquele luso-brasileiro, mas o Império do Brasil.

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1351&pagina=1

http://www.revistadehistoria.com.br/v2/home/?go=detalhe&id=1351&pagina=2


Nívia Pombo é pesquisadora da Revista de História da Biblioteca Nacional e autora da dissertação “Pensamento e ação político-administrativa no Império português: D. Rodrigo de Souza Coutinho (1776-1812)” (UFF, 2002).

Saiba Mais:
LIMA, Oliveira. D. João VI no Brasil. 4ª ed. Rio de Janeiro: Topbooks, 2006.
MAXWELL, Kenneth. Chocolate, piratas e outros malandros. São Paulo: Ed. Paz e Terra, 1999.
NOVAIS, Fernando. Portugal e Brasil na crise do Antigo Sistema Colonial (1777-1808). 8ª ed. São Paulo: Hucitec, 2006.
SILVA, Andrée Mansuy-Diniz. Portrait d’um homme d’État: D. Rodrigo de Souza Coutinho, Comte de Linhares 1755-1812. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; Paris: Centre Culturel Calouste Gulbenkian, 2002-2006. 2 vols.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Brasil Império


Atividades
Assista os vídeos e responda
Quais são as fases do Império?
Quando foi que se constituiu a Assambléia Constituinte? você lembra quando foi a Assambléia constituinte aqui na Argentina? Qual a diferenças que você encontra entre as duas?
Quando é que Dom Pedro acaba voltando para Europa?
Faça um pequeno resumo sobre a vida de Dom Pedro II
Quando e quais são os partidos políticos que surgem?
Como se deu a integração do país?
Palavras chaves: bancos, estrada de ferro.
Reconheça qual foi o produto que liderava a economia no Brasil.
Onde começou a produção de café (Vale do Paraíba), em que estado do Brasil?
Quando foi a proclamação da República?

Link:
http://www.passeiweb.com/saiba_mais/fatos_historicos/brasil_america/d_pedro_e_nos



Dia do Fico
Em 9 de janeiro de 1822, D. Pedro I recebeu uma carta das cortes de Lisboa, exigindo seu retorno para Portugal. Há tempos os portugueses insistiam nesta idéia, pois pretendiam recolonizar o Brasil e a presença de D. Pedro impedia este ideal. Porém, D. Pedro respondeu negativamente aos chamados de Portugal e proclamou : "Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico."

Pós Independência
Os primeiros países que reconheceram a independência do Brasil foram os Estados Unidos e o México. Portugal exigiu do Brasil o pagamento de 2 milhões de libras esterlinas para reconhecer a independência de sua ex-colônia. Sem este dinheiro, D. Pedro recorreu a um empréstimo da Inglaterra.
Embora tenha sido de grande valor, este fato histórico não provocou rupturas sociais no Brasil. O povo mais pobre se quer acompanhou ou entendeu o significado da independência. A estrutura agrária continuou a mesma, a escravidão se manteve e a distribuição de renda continuou desigual. A elite agrária, que deu suporte D. Pedro I, foi a camada que mais se beneficiou.
http://www.suapesquisa.com/independencia/







Princesa Isabel
Isabel Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Gonzaga de Bragança, a Princesa Isabel, nasceu no palácio de São Cristóvão, na cidade do Rio de Janeiro no ano de 1846. Tornou-se a herdeira do trono brasileiro, após a morte prematura do irmão mais velho.

Filha de D.Pedro II, passou para a história do Brasil como a responsável pela assinatura da Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, em 13 de maio de 1888.

Princesa Isabel era casada com um nobre francês, o Conde D’eu. Ela assumiu a regência do trono do Brasil em três situações em que o imperador estava viajando. Foi responsável também pela assinatura da Lei do Ventre Livre (1871), que estabeleceu liberdade aos filhos dos escravos a partir daquela data.

Com o enfraquecimento da monarquia e o estado de saúde complicado do imperador, começou a receber muitas críticas e ataques de oposicionistas republicanos, que temiam a instauração de um terceiro reinado. Por ser francês, o marido da princesa também foi muito atacado neste momento.

Após a queda da monarquia e a Proclamação da República (15 de novembro de 1889), foi morar, com a família real, na Europa. Morreu na França no ano de 1921.
http://www.suapesquisa.com/pesquisa/princesa_isabel.htm

Bill Aberdeen
Independência do Brasil, embora fora apoiada pela Inglaterra, dependia de um aspecto para ser, de fato, reconhecida pelos ingleses: o tráfico negreiro, grande motivo de discórdia entre os dois países. Para o Brasil, a mão-de-obra escrava representava a força produtiva de seu sistema econômico; já para a Inglaterra, era uma grande desvantagem, uma vez que reduzia o número de potenciais consumidores de seus produtos industrializados. O Brasil acabou cedendo aos interesses dos ingleses, em troca da formalização do reconhecimento de sua autonomia política.

O resultado disso foi a Lei Bill Aberdeen (nome do então Ministro das Relações Exteriores do Governo britânico), promulgada em 8 de Agosto de 1845. A mesma proibia o comércio de escravos entre a África e o Brasil, equiparando-o à pirataria. Além disso, a medida dava à Inglaterra o direito unilateral de apreender quaisquer navios negreiros que se dirigissem ao Brasil.

Desde sua promulgação até o ano de 1948, os ingleses já haviam aprisionado 625 embarcações cheias de escravos. Na maioria das vezes, eles eram levados para as colônias inglesas do Caribe e obrigados a viver em péssimas condições, algo bem próximo à própria escravidão. Embora a medida tenha causado medo nos traficantes e proprietários de terra brasileiros, nunca foi totalmente acatada pelos mesmos.

Temendo uma ação bélica mais direta por parte da Inglaterra, a Direita brasileira passou a defender, no Parlamento, o fim definitivo do tráfico negreiro, resultando na aprovação da Lei Eusébio de Queiroz, em 4 de setembro de 1850.

Lei Eusébio de Queiroz
Em 27 de dezembro de 1812, na cidade de São Paulo de Luanda, Angola, nasce Eusébio de Queiroz Coutinho Mattoso Câmara.
Filho de um magistrado português, ouvidor geral da comarca de Angola, vem para o Rio de Janeiro aos três anos de idade. Em 1818, muda-se para Serro do Frio em Minas Gerais, onde começa seus estudos.
Aos dez anos, aprende latim com o padre Francisco do Rego Barros em Pernambuco e entre 1826 e 1827 freqüenta o seminário de São José estudando filosofia, retórica e grego.
Ingressa na Faculdade de Direito de Olinda aos 15 anos e recebe diversos prêmios ao longo do curso. Gradua-se em 1832 e retorna ao Rio de Janeiro, onde seu pai era ministro do Supremo Tribunal de Justiça. No mesmo ano, é nomeado juiz do crime no bairro de Sacramento, RJ.
Entre 1833 e 1844 ocupa o cargo de chefe de polícia da Corte e é muito elogiado em sua função.
Entre 1842 e 1854, é quatro vezes eleito deputado geral no Rio de Janeiro.
Em 29 de setembro de 1848 é nomeado Ministro da Justiça, cargo que ocupa até 1852. Defende veementemente a integridade territorial do Brasil e o fim do tráfico negreiro.
Destaca-se como autor de duas das mais importantes leis do Império: a Lei Eusébio de Queiroz, aprovada em 1850, que proibia o tráfico de escravos no país; e a lei a 556, que criava o Código Comercial Brasileiro.
Em 1854 é nomeado senador e em 1855 torna-se membro do Conselho de Estado, mantendo a posição no senado até a sua morte.
Eusébio de Queiroz morre no dia 7 de maio de 1868, no Rio de Janeiro
Projeto do Senado do Império que dispõe sobre a condição de nascerem livres os filhos das escravas e dá outras providências sobre a criação e tratamento desses filhos em relação aos senhores.
Este documento serviu de base à Lei n.º 2040 de 28.09.1871 - "Lei do Ventre Livre".


Lei de ventre livre
O Partido Liberal comprometeu-se publicamente com a causa, mas foi o gabinete do Visconde do Rio Branco, do Partido Conservador, que promulgou a primeira lei abolicionista, a Lei do Ventre Livre, em 28 de setembro de 1871.

De poucos efeitos práticos imediatos, deu liberdade aos filhos de escravos nascidos a partir dessa data, mas os manteve sob a tutela dos seus senhores até atingirem a idade de 21 anos. Em defesa da lei, o Visconde do Rio Branco apresenta a escravidão como uma “instituição injuriosa”, menos para os escravos e mais para o país, sobretudo para sua imagem externa.

A Lei do Ventre Livre declarava de condição livre os filhos de mulher escrava nascidos desde a data da lei. O índice de mortalidade infantil entre os escravos aumentou, pois além das péssimas condições de vida, cresceu o descaso pelos recém-nascidos. Joaquim Nabuco escreveu em 1883: «O abolicionismo é antes de tudo um movimento político, para o qual, sem dúvida, poderosamente concorre o interesse pelos escravos e a compaixão pela sua sorte, mas que nasce de um pensamento diverso: o de reconstruir o Brasil sobre o trabalho livre e a união das raças na liberdade.

Lei do sexagenário
Lei Saraiva - Cotegipe - 1885

A campanha abolicionista cada vez mais se intensificava. Em 1880, foi criada a Sociedade Brasileira Contra a Escravidão que , juntamente com a Associação Central Abolicionista e outras organizações, passou a ser conhecida pela Confederação abolicionista liderada por José do Patrocínio, filho de uma negra com um padre.

Em 1884, os governos do Ceará e do Amazonas resolveram abolir a escravidão nestas províncias (mais tarde Estados): foram os pioneiros.

Em 1885, surgiu a lei do sexagenário, proposta pelo ministro liberal José Antonio Saraiva e aprovada pelo ministério conservador do Barão de Cotegipe. Esta lei decretada a alforria dos negros maiores de 65 anos; era mais uma medida mistificadora.




O Apogeu do Império e o Rei Café (1850 – 1870)
Café: base econômica do Segundo Reinado. A superação da crise regencial, a reorientação centralista e conservadora e a conseqüente estabilidade do Império a partir de 1850 encontram-se intimamente relacionadas à economia cafeeira.

Como vimos, a estrutura econômica e social do Brasil não havia sido alterada com a emancipação política e continuava, em essência, tão colonial e escravista quanto fora durante o período colonial. Estruturada para a monocultura, a economia colonial e escravista no Brasil prosperou quando produziu uma mercadoria de grande aceitação no mercado europeu e, também, quando não era ameaçada pela concorrência. Assim aconteceu com o açúcar no passado e agora com o café, em meados do século XIX.
Desenvolvendo-se principalmente no sudeste (Rio, Minas e São Paulo), a cafeicultura forneceu uma sólida base econômica para o domínio dos grandes proprietários daquela região e favoreceu, enfim, a definitiva consolidação do Estado nacional.

Origem do café. A produção e o consumo do café tiveram origem entre os árabes, e esse produto era conhecido pelos europeus desde o século XVI. Seu consumo no Ocidente começou em Veneza, em meados do século XVII, difundindo-se rapidamente. A demanda do novo produto, daí em diante, só aumentou. Já no século XVIII sua produção tinha atingido as Antilhas e, no seguinte, o Brasil, onde em pouco tempo superou todas as culturas tradicionais.

Os investimentos iniciais. Tornando-se um novo e principal produto de exportação a partir do século XIX, o café ocupou, de início, regiões vizinhas da capital brasileira. - o Rio de Janeiro. Ali encontrou uma infra-estrutura já montada, reaproveitando a mão-de-obra escrava disponível em virtude da desagregação da economia mineira. Além disso, favoreceram enormemente a nova cultura. A abundância de animais de transporte (mulas) e a proximidade do porto, que facilitava o seu escoamento para o exterior. Portanto, sem grandes dificuldades, com os próprios recursos existentes e disponíveis, deu-se o impulso inicial à economia cafeeira.

Comparação com a economia açucareira. O café não requeria grandes e vultosos investimentos, como a montagem do engenho. Eram necessários: tanques para a lavagem do grão depois da colheita, terreiro onde espalhar e secar o café e máquinas de decorticação, triagem, etc., que eram mais simples e de fabricação local. Portanto, nos seus primórdios, a cultura cafeeira baseava-se na utilização do fator terra e dependia do movimento da mão-de-obra. Como o cafezal é uma cultura perene, o crescimento da economia cafeeira dependia quase que exclusivamente do suprimento de escravos.

Outro aspecto diferenciava ainda a economia açucareira da cafeeira. Pelo fato de encontrar-se em plena vigência do regime colonial, a economia açucareira, desde a sua origem, caracterizou-se pelo divórcio entre as etapas da produção e da comercialização, sendo todas as decisões tomadas na última etapa - o comércio.
Dessa maneira, eram os comerciantes que se apropriavam da parte maior, permanecendo os senhores de engenho como seus sócios menores. Na economia cafeeira, a importância do comerciante continuou enorme e decisiva, mas o fato de ter se constituído nos quadros de um país politicamente emancipado deu ao produtor um espaço maior de liberdade e atuação. Segundo as palavras do economista Celso Furtado, “desde o começo, sua vanguarda [os cafeicultores] esteve formada por homens com experiência comercial. Em toda a etapa de gestação, os interesses da produção e do comércio estiveram entrelaçados. A nova classe dirigente formou-se numa luta que se estende em uma frente ampla: aquisição de terras, recrutamento de mão-de-obra, organização e direção da produção, transporte interno, comercialização nos portos, contatos oficiais, interferência na política econômica e financeira”.

A expansão cafeeira – Na primeira década do século XIX, a cultura cafeeira já havia atingido o Rio de janeiro, começando pelo litoral - Angra dos Reis e Parati -, em direção a São Paulo: Reis Caraguatatuba. Porém, foi no vale do Paraíba que o café prosperou.
O vale do Paraíba. A fixação do café no vale do Paraíba deveu-se às condições geográficas excepcionais: clima adequado, regularidade das chuvas, etc.
De 1830 a 1880, aproximadamente, toda a energia econômica voltou-se para o cultivo do café, que então era vendido, sem concorrência, ao mercado europeu em expansão. Tornou-se, por isso, o estabilizador da economia do Império, a ponto de se dizer, na época, que "o Brasil é o vale".
Entretanto, a economia cafeeira não alterou os quadros sociais herdados do passado colonial. Ao contrário, ela fortaleceu a escravidão, a grande propriedade, a monocultura e a produção voltada para o mercado externo. Como no passado, a cafeicultura caracterizouse por ser uma cultura extensiva e predatória. Em conseqüência disso, o solo esgotou-se rapidamente no vale do Paraíba e a cultura cafeeira ali entrou em declínio.

O Oeste Paulista – A estagnação e decadência do vale do Paraíba não significou, contudo, a decadência da cafeicultura, que encontrou no Oeste paulista um novo alento. Seu núcleo inicial foi Campinas (Oeste velho), difundindo-se para Moji-Guaçu e chegando à região de Ribeirão Preto (Oeste novo) por volta de 1880. Em seguida, a cultura se expandiu para o extremo Oeste paulista e atingiu o Paraná já no início deste século.

Diferenças entre o vale do Paraíba e o Oeste paulista. Em termos topográficos havia diferenças significativas entre o vale e o Oeste paulista. Devido ao terreno acidentado, o plantio do café no vale do Paraíba era descontínuo, realizado nas encostas dos montes. Já no Oeste paulista, o plantio ocupava ininterruptamente vários quilômetros quadrados de solo excepcionalmente fértil: a terra roxa, oriunda da decomposição das rochas vulcânicas. Assim, embora o sistema de cultivo fosse o mesmo, a regularidade do relevo favorecia a melhor conservação do solo no Oeste paulista, assegurando por mais tempo a qualidade do café. A isso deve-se acrescentar que o escoamento do produto era beneficiado por um custo menor, graças às redes viárias disponíveis.
O deslocamento do café para o Oeste paulista valorizou o porto de Santos; com a expansão do café para o interior, a partir de Campinas, tornou-se necessário solucionar a questão do transporte até o porto de Santos.
De início, utilizou-se o transporte animal. Porém, à medida que as distâncias aumentaram e o volume da safra se multiplicou, por iniciativa dos próprios cafeicultores as estradas de ferro foram sendo construídas: a São Paulo Railway, ligando Santos a Jundiaí (1868); a Ituana, ligando Itu a Campinas (1873); a Mogiana e a Sorocabana, que começaram a ser construídas em 1875.

A Modernização
A dinamização da economia. Com o desenvolvimento da cafeicultura um novo equilíbrio foi estabelecido. Desde 1860, os superávits tornaram-se constantes nas relações comerciais com o exterior, ajustando novamente a economia brasileira ao mercado internacional.
Em sua relação com o exterior, a tarifa Alves Branco (1844) representou uma mudança significativa, ao elevar os direitos alfandegários de 15% para 30%. Internamente, para o Estado, isso representou melhoria da arrecadação. A abolição do tráfico (1850), por sua vez, liberou capitais que foram redirecionados para a aplicação no mercado interno.
Assim, em contraste com o período anterior da Regência, bastante conturbado, teve início no Brasil uma nova era de relativa prosperidade. "Pode-se dizer", afirma o historiador Caio Prado Jr. , "que é nesta época que o Brasil tomará pela primeira vez conhecimento do que fosse o progresso moderno e uma certa riqueza e bem-estar material.”
A reunião de fatores favoráveis - tarifa Alves Branco, abolição do tráfico e ascensão do café - estimulou uma onda de empreendimentos urbanos: “fundaram se”, afirma o historiador Nelson Werneck Sodré, “62 empresas industriais, 14 bancos, 3 caixas econômicas, 20 companhias de navegação a vapor, 23 de seguros, 4 de colonização, 8 de mineração, 3 de transportes urbanos, 2 de gás, 8 estradas de ferro”.
Nesse surto de empreendimentos, destacouse, quase como símbolo desse tempo, Irineu Evangelista de Sousa, barão de Mauá, pela ousadia de sua atuação. Como empresário, investiu nos mais variados setores da economia urbana: produção de navios a vapor, estradas de ferro, comunicações telegráficas, bancos, etc.
Apesar de ter iniciado a sua atividade comercial já na década de 1830, e ter criado o primeiro estaleiro da América do Sul por volta de 1846, a maioria de seus empreendimentos de grande envergadura concentraram-se na década de 1850. Porém, esses empreendimentos não tiveram continuidade e já se encontravam seriamente ameaçados em 1864, data em que ocorreu uma grave crise bancária. Finalmente Mauá faliu em 1873.

Fonte: http://www.culturabrasil.pro.br/reicafe.htm

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

domingo, 10 de agosto de 2008

Preconceito Lingüístico

Ouça com atenção a entrevista ao Prof. M. Bagno sobre o preconceito lingüístico.
Site: marcosbagno.com.br

sábado, 9 de agosto de 2008



Na ribeira deste rio
Ou na ribeira daquele
Passam meus dias a fio
Nada me impede, me impele
Me dá calor ou dá frio
Vou vivendo o que o rio faz
Quando o rio não faz nada
Vejo os rastros que ele traz
Numa seqüência arrastada
Do que ficou para trás
Vou vendo e vou meditando
Não bem no rio que passa
Mas só no que estou pensando
Porque o bem dele é que faça
Eu não ver que vai passando
Vou na ribeira do rio
Que está aqui ou ali
E do seu curso me fio
Porque se o vi ou não vi
Ele passa e eu confio
Ele passa e eu confio

Voz: Mônica Salmaso
Teclados e Arranjo: Lelo Nazario
Acordeon: Toninho Ferragutti
Baixo Acústico: Rodolfo Stroeter
CD: Trampolim
Ano: 1998
Gravadora: Pau Brasil

Na Ribeira deste Rio

A miragem - Marcus Viana
"O Clone"



Ah, se pudéssemos contar as voltas que a vida dá
Pra que a gente possa encontrar um grande amor,
É como se pudéssemos contar todas estrelas do céu,
os grãos de areia desse mar,
ainda sim
Pobre coração o dos apaixonados
que cruzam o deserto em busca de um oásis em flor
Arriscando tudo por uma miragem,
pois sabem que há uma fonte oculta nas areias,
Bem aventurados os que dela bebem,
porque para sempre serão consolados
Somente por amor a gente põe a mão no fogo da paixão
e deixa se queimar,
Somente por amor,
movemos terra e céus,
rasgando sete véus,
saltamos do abismo sem olhar pra trás,
Somente por amor a vida se refaz
Somente por amor a gente põe a mão
no fogo da paixão e deixa se queimar,
Somente por amor,
movemos terra e céus,
rasgando sete véus,
saltamos no abismo sem olhar
pra trás,
Somente por amor,
e a vida se refaz e a morte não é mais pra nós.

domingo, 3 de agosto de 2008

Tropicália

07/08/2007 - 09h00
Tropicália 40 anos: Após a Bossa Nova, movimento foi o mais influente na música brasileira
GABRIELA BELÉM da Redação

Em outubro de 1967, durante o 3º Festival de Música Popular Brasileira, promovido na época pela TV Record, surgiam alguns dos artistas que formaram o movimento musical mais influente e original do país após a Bossa Nova. Os riffs de guitarra elétrica aliados à psicodelia, à mistura de ritmos populares e à experimentação presentes nas canções "Alegria, Alegria", cantada por Caetano Veloso e tocada pela banda argentina Beat Boys, e "Domingo No Parque", interpretada por Gilberto Gil e Os Mutantes no evento, transformaram a forma de se fazer música no Brasil por gerações e movimentaram a cena cultural brasileira.
A partir daquele momento até o fim de 1968, seria instalado o cenário revolucionário que mais tarde foi batizado de Tropicália. O disco antológico "Tropicália ou Panis Et Circenses", com nítido caráter de manifesto, lançaria um sincretismo de ritmos jamais ouvido, com o rock misturado à bossa nova, ao baião, ao samba e ao bolero.
Baseados nos ícones da contracultura inglesa e nos hippies norte-americanos, os baianos Gil, Caetano, Gal Costa e Tom Zé, ao lado dos Mutantes (Rita Lee, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias), Nara Leão e do maestro Rogério Duprat, criaram canções baseadas na pop arte, antropofagia, concretismo e numa estética de vanguarda, em plena ditadura militar. Tudo isso aliados aos letristas Torquato Neto e Capinam.
A idéia era, sobretudo, romper barreiras comportamentais, principalmente com a defesa do sexo livre. A moda psicodélica pairava na cabeça dos tropicalistas, que a difundiram por meio da irreverência.
Revolução cultural
Modernizaram-se também outras áreas da cultura nacional. Antes mesmo do lançamento de "Panis Et Circenses", o artista plástico Hélio Oiticica já havia lançado a obra de cunho vanguardista intitulada "Tropicália", em fevereiro de 1967. O movimento sofreu influências e influenciou o Cinema Novo de Glauber Rocha. Já no teatro brasileiro, apareceram as peças anárquicas de José Celso Martinez Corrêa. Na poesia concreta, surgiram nomes como Augusto de Campos e Décio Pignatari.
Quem batizou o movimento foi o jornalista e crítico de música Nelson Motta, com um artigo chamado de "A Cruzada Tropicalista", publicado no jornal "Última Hora", em 5 de fevereiro de 1968.
A intervenção na cena cultural do país foi mais crítica do que política. Por esse motivo o movimento foi menosprezado por boa parte da esquerda que, naquela época, ou apoiava os músicos politizados, a exemplo de Geraldo Vandré, ou os puristas da bossa nova. Para os universitários da chamada "linha dura" do movimento estudantil, a guitarra e o rock eram símbolos do imperialismo norte-americano, e não deviam participar do universo da música popular brasileira.
O movimento foi reprimido pela ditadura militar após a imposição do AI5 (Ato Institucional nº 5), em 1968, com a prisão de Caetano e Gil em dezembro do mesmo ano.
Desdobramentos
Nos anos 70, Os Secos e Molhados e o grupo pernambucano Ave Sangria retomaram a atitude anárquica e de protesto, com músicas repletas de boas doses de psicodelia, glam-rock e punk. Vestidos muitas vezes de mulher, o grupo de Ney Matogrosso e os recifenses utilizaram novamente o protesto e o sincretismo de ritmos da tropicália.
Ainda na mesma mesma década, Os Novos Baianos mesclaram choro, afoxé e rock and roll em suas canções. Outros ícones da vanguarda paulistana que receberam nítidas influências do movimento foram Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e o Grupo Rumo.
Nos anos 90, o Manguebeat também foi criado a partir desse recurso tipicamente tropicalista: a mistura de elementos regionais (a exemplo do maracatu, coco e da embolada) e universais - como o rock, o funk, o dub e o rap. Não é à toa que a canção "Maracatu Atômico", do tropicalista Jorge Mautner, foi regravada pelo grupo Chico Science e Nação Zumbi, no álbum "Afrociberdelia" (1996).
Ainda hoje o Tropicalismo "faz a cabeça" de artistas internacionais como os músicos Beck e Devendra Banhart, que lançaram álbuns recentes declarando forte influência do movimento brasileiro.
Perdas recentes
Após a morte no ano passado do maestro e arranjador Rogério Duprat, um dos maiores ícones do Tropicalismo, o movimento perdeu em março deste ano o produtor musical Guilherme Araújo, que atuou nos bastidores do movimento com importantes nomes da MPB, como Maria Bethânia, Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa.
Duprat, que começou na área erudita e depois se juntou aos tropicalistas, estava afastado do cenário musical desde os anos 80. O maestro se retirou da cena artística por conta de sua progressiva perda de audição. Ele ainda se aprofundou na música eletrônica, integrou a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo e foi um dos fundadores e diretores da Orquestra de Câmara de São Paulo.
Ano passado foi relançado um disco de sua autoria, "A Banda Tropicalista do Duprat" (1968), feito com os Mutantes, pela Universal.

Bossa Nova

que significa a Bossa Nova para você?
Ela pode despertar as mais variadas lembranças: de um amor perdido, de Ipanema, de vagas memórias dos anos 60, de um movimento surgido na zona sul do Rio de Janeiro, da influência do jazz, de João Gilberto, Tom e Vinícius...
Mas a bossa nova foi acima de tudo um dos mais importantes movimentos musicais do Brasil e talvez a maior contribuição do Brasil para a música pop contemporânea.
Hoje o mundo inteiro sabe o que é bossa nova.


Coisas do Brasil - Guilherme Arantes

Música no Brasil Colônia




O crescimento, nos últimos vinte anos, das pesquisas sobre a música produzida e consumida no Brasil ao longo dos séculos XVIII e XIX, vêm permitindo uma melhor avaliação do papel que essa produção exercia na vida social do Brasil Colônia. Com o aumento substancial dos estudos musicológicos neste campo, vemos crescer dia a dia tanto o conhecimento estilístico daquela produção, como a quantidade e qualidade das re-interpretações da música consumida por nossos antepassados. O Projeto “Biblioteca Virtual Música Brasileira dos séculos XVIII e XIX” tem o objetivo de contribuir para o avanço dessas pesquisas sobre a música no Brasil, disponibilizando on-line importantes informações que sem dúvida deverão facilitar em muito o trabalho de pesquisadores, intérpretes e estudantes de música interessados neste tema.
Mais informações:
http://home.ism.com.br/~balleste/musica_sec18/index2.html

Brasil Colônia - parte 3

Atividades:
1) Nos finais do século XVIII que tipo de movimentos surgiram no Brasil? Qual foi o movimento mais importante e por quê? Quem foi o lider desse movimento?
2) Estabeleça algumas diferenças entre o português que tinha chegado ao Brasil, em 1500, e o português dos últimos anos do século XVIII.
3) O sistema colonial começou afundar, quais foram as causas? Qual o país que foi potência dominante no mundo?
4) Mão de obra livre é o que propõe Inglaterra? Que tipos de idéias começaram a entrar no Brasil, no século XIX?
5) Descreva o contexto político e social em Portugal no começo do Século XIX.
6) A chegada da Família Real e da corte ao Brasil, fez que tipo de reformas no Brasil?
7) A liberalização do comêrcio internacional foi graças a quem? Isto quer dizer que abriu os portos a outros países.
8) Faça uma descrição do Rei João VI, conforme os dados que você conhece dele. Você concorda com o professor Fausto Boris.
9) No plano político quais foram as mudanças para o Brasil e Portugal?
Levar em conta que o filho de João VI se chamou:
Pedro I (no Brasil) Pedro VI (em Portugal)
10) Onde e quando foi o grito de Ipiranga?

Processo de Indepêndencia Brasileira, duas linhas:
Uma linha: mais revolucionária, mais de transformação.
Uma outra linha conservadora, que quere uma transição tranqüila. Essa linha é a linha das elites fluminenses (Estado do Rio de Janeiro).
A transição finalmente foi uma transição conservadora, inclusive na forma de governo, o Brasil foi uma monarquia entre repúblicas. Todos os outros países da América Latina se tornaram repúblicas mas no Brasil houve uma continuidade monárquica.

Brasil Colônia - parte 2

Atividades:
1) Qual foi a primeira forma de governo, nas Novas Terras descobertas pelos portugueses?
2) Pesquisar mais detalhes sobre o que foi o Geverno Geral.
3) Qual foi o primeiro produto no qual foi baseada a economia e por quê? Qual foi um dos principais problemas que tiveram os portugueses, para começar a desenvolver essa economia?
4) Por que os donos das fazendas não queriam que os escravos se conhecessem?
5) O que eram os quilombos?
6) O que gerava mais lucro, em vários periodos da história brasileira: o comêrcio dos escravos ou a produção feita baseada no trabalho escravo. Qual a diferença?
7) Além da presença dos portugueses no Brasil Colonial, a presença de quem foi importante e por quê?
8) Quantas invasões fizeram os holandeses e qual foi a mais comprida? Quando foi a retirada dos holandeses?
9) “Século XVII, Brasil atrasado, mais indígena” palavras do professor Boris Fausto, você concorda?
10) Na época, como era São Paulo? Quem foram os bandeirantes?
11) Como é definida a população brasileira comforme as matrizes que a gerou?
12) Século XVIII. As minas de ouro foram descoberta por quem?
13) Qual foi a reação dos portugueses quando souberam da existência de ouro, prata e diamantes no Brasil?

Brasil Colônia - parte 1

Atividades:
1) Pesquisar informações sobre as causas pelas quais Portugal, tinha condições de fazer expedições sobre buscas de Novas Terras. (Levar em conta o contato que havia entre a Itália e Portugal, a localização geográfica de Portugal).
2) Pesquisar sobre o significado da palavra: taprobana.
3) O que é que os portugueses foram buscar fora das terras deles?
4) Na época por que era comum buscar especiarias?
5) Os portugueses inventaram que tipo de navio?
6) Pedro Alvarez Cabral chegou a que estado do Brasil?
7) Qual foi o nome com o qual denominou o capitão ao local onde chegou?
8) Qual foi o objetivo que tinha a igreja na época?
9) Identifique o movimento artístico que predominou na época (os quadros foram pintados em que século?).
10) Qual a diferença entre as expressões achamento do Brasil Vs. descoberta do Brasil?
11) Como foi o relacionamento entre os índios e os portugueses? Que tipos de consequências passaram os índigenas a raíz da chegada dos portugueses?




Herança de um príncipe musical
Documentos raros de música sacra compunham a Real Biblioteca de D. João VI. O acervo cresceu e hoje tem 220 mil peças
Lorenzo Aldé

Contemporâneo de Mozart e Beethoven, o príncipe português D. João VI não poderia viver em época melhor para se tornar um amante da música. De fato, antes que o destino o catapultasse rumo ao trono com a morte do irmão D. José, o rapaz se dedicava principalmente ao estudo musical. Sua predileção eram as composições sacras, inclusive o cantochão, no qual dizem que ele se arriscava como cantor, e sem fazer feio.

A paixão pela música foi uma constante na dinastia dos Bragança, e em 1808 ela desembarcou no Brasil não só no coração do príncipe regente, mas também em sua admirável coleção de partituras, libretos, missais, manuscritos e tratados. Lá estavam Mozart e Beethoven — as primeiras edições de algumas de suas obras-primas. E também Haydn e outros compositores dos séculos XVIII e XIX. Os documentos compunham a Real Biblioteca e foram a semente de um setor que, com o tempo, ampliou seu acervo com mais e mais preciosidades. Hoje, a Divisão de Música e Acervo Sonoro (Dimas) da Biblioteca Nacional possui cerca de 220 mil peças. Nada mais justo em um país tão musical como o nosso.

Ao desembarcar no Rio de Janeiro em 8 de março de 1808, D. João VI teve a melhor recepção que poderia esperar. A execução de um Te Deum na catedral não era uma novidade, mas a qualidade da realização o impressionou. “Excedia em muito o que se podia esperar numa colônia de Portugal”, afirma Bruno Kiefer no livro História da Música Brasileira. Mérito do padre José Maurício, compositor profícuo que logo conquistou a simpatia do monarca, recebeu o título de mestre-de-capela e passou a freqüentar a Corte em recitais íntimos para D. João, mesmo sob olhares tortos por ser mulato.


À bênção inicial da coleção real juntou-se em 1953 outro importante acervo para compor a base de relíquias musicais da Biblioteca Nacional. Com 19 mil títulos, a coleção particular do cearense Abrahão de Carvalho (1891-1970) era a maior da América do Sul no gênero. Ao longo de quatro décadas, ele adquiriu obras raras de teoria e história da música, além de programas, manuscritos, libretos, partituras e periódicos. Entre as preciosidades, por sinal, lá estava o Index da livraria de música de Dom João IV.


Com a diversificação dos estilos e o constante surgimento de grandes compositores brasileiros no século XX, a Divisão Musical da Biblioteca enriqueceu-se ainda mais, ganhando também registros sonoros. A tecnologia completa o serviço: o site www.bn.br/fbn/musica oferece um “acervo virtual” com músicas digitalizadas, informações e biografias de grandes compositores. Entre eles, o mulato preferido de D. João, o padre José Maurício.

Candomblé

Vadiação Capoeira Contra-Mestre André Biriba